O gelo da Antártida pode derreter, fazendo-a voltar ao que já foi; entenda

Degelo da Antártida preocupa cientistas ao prever intensificação nas próximas décadas; continente já esteve sem gelo há milhões de anos.

A Antártida, atualmente coberta por vastas camadas de gelo, pode enfrentar um futuro sem suas geleiras. Pesquisas recentes alertam que, devido ao aquecimento global, o degelo do Polo Sul está em processo de aceleração.

Estima-se que até 2100, o gelo da região possa desaparecer completamente. E, para surpresa de muitos, essa não seria a primeira vez que o continente ficaria sem gelo.

Apesar de hoje ser sinônimo de frio extremo, a Antártida já teve um clima diferente. No passado, o continente foi lar de tundras e florestas de coníferas.

Segundo a revista Live Science, o gelo começou a se formar na região há aproximadamente 34 milhões de anos. Eric Wolff, paleoclimatologista da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, indica que antes disso as temperaturas eram significativamente mais altas.

Wolff explica que, há 50 milhões de anos, a temperatura terrestre era cerca de 14°C mais elevada do que nos dias atuais. Esse calor extremo foi diminuindo gradualmente, levando à formação das camadas de gelo que cobrem a Antártida hoje. Mas o que causou essa transformação drástica?

Hoje a Antártida é totalmente gélida, mas nem sempre foi assim – Imagem: reprodução

Surgimento do gelo antártico

Dois fatores principais contribuíram para o congelamento da Antártida. O primeiro envolve mudanças na concentração de dióxido de carbono na atmosfera. Menos dióxido de carbono implica menos calor retido, resultando em um planeta mais frio.

O segundo fator está relacionado aos movimentos tectônicos e, particularmente, à abertura da Passagem de Drake. Essa passagem, situada entre a América do Sul e as ilhas da Antártida, desempenhou um papel crucial.

A separação dos continentes criou uma corrente circumpolar, isolando a Antártida. Essa corrente impede que massas de ar quente cheguem ao continente, contribuindo para a manutenção do clima frio.

Possíveis consequências futuras

Embora o passado da Antártida nos ensine sobre mudanças climáticas, o futuro preocupa os cientistas. O degelo iminente poderia transformar drasticamente o equilíbrio ambiental global. Os pesquisadores alertam que apenas ações humanas eficazes podem evitar essa catástrofe potencial.

Em outras palavras, de acordo com os cientistas, se não tomarmos medidas para controlar as emissões de gases de efeito estufa e desacelerar o aquecimento global, veremos a Antártida retornar a um estado livre de gelo.

Isso traria consequências devastadoras para o mundo inteiro, alterando ecossistemas e elevando o nível do mar de forma alarmante, a ponto de fazer cidades costeiras desaparecerem do mapa.

* Com informações do Olhar Digital.

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