O Multiverso, parecido com o da Marvel realmente existe? Um físico explica
A maioria dos físicos diz que o conceito de multiverso é especulação ou ficção científica. Então, por que alguns acreditam que pode existir?
“O multiverso é um conceito sobre o qual sabemos assustadoramente pouco”. Estas palavras do Dr. Strange a Peter Parker no recém-lançado Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa não são absolutamente incorretas. Na semana passada, também, o teaser de Doutor Estranho no Multiverso da Loucura mostrou esse conceito de múltiplos universos.
Então, há algum suporte científico para essa fantasia? Embora alguns físicos tenham proposto que nosso universo pode ser apenas uma entre várias realidades, outros dizem que isso nada mais é do que especulação.
Sabine Hossenfelder, uma física teórica alemã tem uma visão interessante sobre o multiverso. Em um vídeo publicado em 2019 em seu canal no YouTube, ela diz que “acreditar no conceito de multiverso é logicamente equivalente a acreditar em Deus. Portanto, é religião, não ciência”. Ela explica que a ciência não nos diz nada sobre universos que não podemos observar.
O Dr. Kinjalk Lochan, professor assistente de física na IISER Mohali, que se especializou nas áreas de relatividade geral, buracos negros e universo primordial também estuda sobre o assunto.
A maioria dos físicos diz que o conceito de multiverso é especulação ou ficção científica. Então, por que alguns acreditam que pode existir?
Deixe-me infundir algum otimismo por uma questão de discussão, sem me comprometer a ser um defensor do conceito. Com o advento da mecânica quântica, veio um insight maravilhoso – que é inimaginavelmente difícil descartar algo completamente. Cada processo tem alguma probabilidade de ocorrência – baixa ou alta – mas raramente zero.
Tudo o que geralmente vemos, aprendemos e compreendemos é baseado nas experiências que temos – experiências adquiridas na escala (de tamanho e energia) em que normalmente vivemos. Geralmente há um fluxo de eventos bem compreendido do qual deduzimos algumas inferências de acordo com a lógica. Por exemplo, se uma pessoa está na minha frente, inferirei que ela não está em nenhum outro lugar naquele momento.
No nível microscópico, entretanto, duas ou mais realidades podem coexistir – um elétron, por exemplo, pode viver simultaneamente “aqui” e “lá” (comprovado por experimentos). O famoso exemplo do gato de Schrõdinger mostra que o gato pode estar simultaneamente morto e vivo se for acoplado a uma partícula microscópica cujo estar “aqui” ou “lá” mata o gato ou o poupa.
Esses conceitos levam à ideia de que, quando o universo nasceu, ele também era uma entidade microscópica. Portanto, também deve ter havido um milhão de possibilidades para coexistir. A questão é o que aconteceu com essas outras possibilidades? Elas desapareceram em favor daquela que vemos ou todos elas realmente coexistiram? Ouso dizer que não sabemos com certeza.
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