O público não gosta do feed cronológico nas redes sociais, de acordo com estudos da Meta

A Meta, empresa responsável pelo Facebook e Instagram, recentemente divulgou os resultados de uma série de estudos que lançam luz sobre as preferências do público em relação ao feed cronológico.

Essas pesquisas, publicadas nas renomadas revistas científicas Science e Nature e submetidas à revisão por pares, exploraram uma extensa amostra de dados de mais de 208 milhões de usuários nos Estados Unidos.

Além disso, mais de 15 mil usuários do Facebook e Instagram foram convidados a participar de um experimento durante três meses, com o uso do feed cronológico.

O estudo

O foco central desses estudos estava em compreender o impacto de um feed de recomendações, no qual algoritmos sugerem conteúdo com base nas preferências dos usuários, e sua relação com a polarização política, principalmente durante as eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos.

Os resultados revelaram que a introdução do feed cronológico teve um impacto limitado na redução da polarização política, podendo até ser menos eficiente para esse fim.

Uma das descobertas que contribuiu para essa conclusão é o fato de que os usuários do Facebook e Instagram passaram menos tempo nessas plataformas durante o período de teste, possivelmente migrando para concorrentes que utilizam feeds baseados em algoritmos, como TikTok e YouTube.

De maneira curiosa, os participantes que utilizaram o feed cronológico relataram um aumento de 15,2% no conteúdo político e um aumento de 68,8% em publicações provenientes de fontes não confiáveis em suas redes sociais.

O que esses resultados sugerem?

Este fenômeno se relaciona ao engajamento natural das pessoas com temas políticos durante um período eleitoral. Embora o feed baseado em algoritmos tenha a capacidade de reduzir essas publicações, caso o usuário não demonstre interesse.

Embora esses estudos sugiram que o feed cronológico não tenha tido um impacto significativo na redução da polarização política, eles também destacam que as redes sociais continuam amplificando a polarização, algo que já havia sido indicado em pesquisas anteriores.

Os dados também mostram que os usuários identificados como “Conservadores” receberam uma quantidade maior de notícias falsas do que os “Liberais”, seguindo a divisão política nos Estados Unidos.

Os resultados desses estudos indicam a contínua preferência da Meta por feeds baseados em algoritmos, apesar de algumas preferências do público pelo feed cronológico.

A empresa demonstrou que está atenta às demandas dos usuários, introduzindo funcionalidades que refletem essas preferências. Nesse caso, o feed é baseado nos gostos pessoais.