O que é “todes”? Linguagem neutra tem sido aplicada por ministros do Governo Lula
Alguns ministros tomaram posse de seus cargos e referiram-se, no discurso, com a linguagem neutra como forma de representação.
Ao tomar posse do novo cargo, alguns ministros indicados pelo presidente Lula fizeram uso da linguagem neutra em seu discurso, conhecida também como a linguagem não binária. “Todes” é uma forma de representação direcionada para as pessoas que não se identificam com os pronomes femininos ou masculinos. Saiba mais.
Ministro das Relações Internacionais faz uso de linguagem neutra
Alexandre Padilha, atual ministro das Relações Internacionais, ao se apresentar para o público, cumprimentou os que estavam presente com “boa tarde a todas, todos e todes”.
Ao fazer a substituição da letra feminina ou masculina utilizando a letra “e”, o gênero na gramática é neutralizado para que as pessoas não binárias possam ser representadas na linguagem. Não há a utilização dos marcadores dos gêneros masculino e feminino, pois as letras “e”, “x” ou “@” podem tirar essas evidências. No caso da verbalização, o mais comum tem sido a troca pela letra “e”, enquanto as outras opções aparecem mais na escrita.
Outros exemplos semelhantes ao pronome “todes”, estão “amigues” e “menine”, substituindo as palavras “amigos” e “menino”/”menina”. A linguagem neutra é utilizada pela comunidade LGBTQIA+ e tornou-se um ato representativo de inclusão e política dessas pessoas. Tornou-se popular na internet, mas ainda não obteve alcances maiores para aderir na norma culta.
Norma padrão: não há utilização do pronome neutro
Quando há pessoas de diferentes gêneros no ambiente, a norma padrão do português brasileiro garante que o plural deve ser considerado na forma masculina. O plural no masculino garante que haja o maior alcance na comunicação.
Este é o motivo pelo qual as diversas provas e concursos existentes no Brasil não aderiram à linguagem neutra, pois é exigido o uso da norma padrão para atingir o nível do português exigido.
De acordo com Jonathan Moura, doutor em linguística pela UFRJ (Universidade Federal do Rio e Janeiro) e professor de língua portuguesa na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, pertencente a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a linguagem neutra tem possibilidade de ser aderida gramaticalmente.
“Uma linguagem precisa ser praticada para se manter viva, ou, neste caso, viver. Só assim ela passa a fazer parte do cotidiano das pessoas”, afirmou.
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