Origem do mal – O que são e como surgem as fake news
O compartilhamento de notícias falsas impacta negativamente a sociedade ao ponto de desestruturar setores da saúde, política, segurança e educação.
Expressão recorrente na mídia, as chamadas fake news vêm causando alvoroço por parte dos usuários das mídias digitais.
O termo em inglês originou-se pelos meios de comunicação para referir-se às “notícias falsas”, ou seja, tudo aquilo que é criado, inventado, distorcido e compartilhado com o objetivo de causar comoção pública.
O intuito é prejudicar um alvo em específico. Em alguns casos pode até mesmo levar à histeria generalizada.
É preciso ter muita cautela quando o assunto é o compartilhamento de informações, sobretudo nas mídias sociais, como Whatsapp, Facebook e Instagram.
Ligada principalmente à política, todo os tipos de públicos estão suscetíveis à essa armadilha, sobretudo as pessoas com baixo grau de escolaridade e senso crítico.
Como surgiram as Fake News?
A popularização do termo começou em 2016, durante a corrida presidencial dos Estados Unidos. Na época, eleitores do então candidato Donald Trump atacavam, através de notas falsas na mídia, sua concorrente ao cargo da presidência, Hillary Clinton.
Lexicalmente, a palavra fake é considerada nova no nosso vocabulário. Segundo o dicionário de Merriam-Webster, apontado como o maior e mais completo dicionário de língua inglesa do mundo desde 1828, a origem da palavra aconteceu durante o período da Inglaterra do século XIX.
Muito antes da disseminação digital dessas falsas notícias, os meios de comunicação offline, como o jornalismo impresso, rádio e televisão, já eram impactados com esse tipo de sensacionalismo. Com o surgimento de campanhas publicitárias e das mídias sociais online, o quadro apenas piorou.
Método de atuação das Fake News
O universo midiático produz e divulga inúmeras notícias diariamente, sejam elas verdadeiras ou não.
Pessoas de grande poder de persuasão influenciam através de ataques virais o público alvo das campanhas. Especialistas na área da comunicação, marketing, informática e segurança formam essas equipes.
Os chamados “produtores de fake news” utilizam da criação de e-mails, site e perfis falsos, números de celulares e alteração de IP’S como ferramentas de disparo das falsas notícias. Tudo de forma sigilosa para que não haja rastros.
A colaboração entre líderes políticos e religiosos também é frequentemente usada como método de dominação intelectual, ao passo que os mesmos pedem aos seus seguidores que compartilhem determinada informação, mesmo sem saber sua autenticidade e veracidade.
A técnica da interação por meio das redes sociais também é comumente adotada. Os chamados “perfis fakes” são criados como se fossem reais, com foto, nome, profissão, hobbies, onde trabalha e por aí vai.
O objetivo é tornar-se uma “pessoal real”. Para ser autenticado, esse tipo de perfil começa compartilhando matérias e notícias de sites reais no intuito de ganhar veracidade e confiança por parte dos amigos e seguidores. Posteriormente, a divulgação de boatos e notas infundadas tem início.
Os “contratantes” investem uma alta quantia de dinheiro nessas empresas que criam e divulgam as fake news, com o cuidado de não deixar vazar dados como conta bancária e CPFs.
A forma de pagamento é, geralmente, feita por cartão de crédito pré-pago em nome de terceiros ou dos próprios alvos a serem difamados.
A modernização da tecnologia foi, sem dúvida, um dos fatores cruciais para que essa prática ganhasse tanta força nos últimos anos. O armazenamento do conteúdo a ser divulgado encontra-se em sua maioria nas chamadas “nuvens”, impossibilitando o rastreamento de sua origem.
Por que compartilha-se as fake news?
Segundo dados oficiais da Folha de São Paulo, entre os anos 2017 e 2018, os sites e páginas fakes tiveram maior engajamento e participação do público do que os de cunho jornalístico real.
Em porcentagem, houve uma queda de 17% ao acesso dos sites confiáveis e um aumento de 61% de cliques nas páginas fakes.
Normalmente, os atuantes desses sítios eletrônicos mesclam notícias de fontes confiáveis com os sites fake, na finalidade de legitimar as informações.
Em muitos casos, utiliza-se de declarações sensacionalistas retiradas de contexto para difamar a imagem de uma pessoa ou empresa. Edições de áudio e vídeo, assim como as montagens e os “memes”, representam o principal tipo de material compartilhado.
Consequências da divulgação das fake news
- Difamação Pública;
- Linchamentos;
- Práticas homofóbicas e xenofóbicas;
- Histeria coletiva relacionada à saúde pública, segurança e educação;
- Totalitarismo e autoridade política;
- Discurso de ódio.
Como combater as fake news?
O combate às fake news não é algo simples. A ocultação dos dados dos criminosos torna-se o principal empecilho para se chegar à fonte do problema.
Usuários das redes sociais e da internet em geral devem ficar atentos aos sinais dados pelas próprias notícia. Fontes de jornalismo especializado tornam-se um excelente caminho para saber se determinada informação é verdadeira ou não.
Algumas agências, como a Boatos.org e Aosfatos.org, atuam diretamente no combate à essas ameaças. Compostos por jornalistas, esses sites trabalham na averiguação das informações e análise das informações mais comentadas, curtidas e compartilhadas na rede.
Algumas expressões do tipo falsa, verdadeira, imprecisa, exagerada, contraditória, são usadas para qualificar e classificar uma notícia.
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