5 objetos utilizados na coroação da monarquia britânica e seus significados
Se você gosta de história, veja os objetos utilizados para a coroação da monarquia britânica.
Mesmo que hoje em dia não seja muito comum vermos rituais culturais, os britânicos ainda seguem muitas tradições em momentos especiais. Na cerimônia de coroação de monarquia, por exemplo, há diversos rituais que já são seguidos há muito tempo.
Por isso, veja abaixo alguns objetos que compõem a coroação da monarquia britânica e seus simbolismos.
Objetos importantes para ocasiões especiais
1. Colher da Coroação
A colher é um dos objetos mais importantes da coroação britânica, e é notável por sua história e importância. Embora seja um item simples, é a peça de regalia mais antiga, possivelmente datada do século XII. Embora tenha sido usada pela primeira vez em 1603, durante a coroação de James I, a colher tornou-se uma parte sagrada da cerimônia de unção. Ela contém o óleo sagrado usado para ungir o soberano.
A existência da colher é surpreendente, considerando as Guerras Civis Inglesas (1642-1651), quando a monarquia foi derrubada e as regalias da coroação foram destruídas por Oliver Cromwell. A colher foi vendida a um membro da casa real e devolvida após a Restauração em 1660, marcando o retorno de Carlos II como rei. Desde então, a colher tem sido usada em todas as coroações.
A colher é feita de prata dourada e tem cerca de 26,7 cm de comprimento, com intrincadas gravuras na taça e um motivo decorativo baseado no acanto. A cabeça de um monstro une a tigela ao cabo, que é destacado por um rondelle achatado com a cabeça de outro monstro e quatro pérolas.
Um fato interessante é que em 1649 a colher foi comprada por 16 xelins, o que representava cerca de 11 dias de salário para um comerciante especializado na época, e atualmente seria equivalente a cerca de US$ 100.
2. Coroa de Santo Eduardo
A Coroa de St. Edward é a coroa mais importante e utilizada somente durante a coroação na monarquia britânica. Acredita-se que a coroa original pertencia a Eduardo, o Confessor, no século XI, mas foi destruída durante as Guerras Civis Inglesas. Em 1661, para a coroação de Carlos II, uma nova coroa foi feita com fragmentos do original.
A Coroa de St. Edward é composta por uma moldura de ouro maciço que inclui quatro cruzes patadas e quatro flores-de-lis, bem como arcos que são encimados por uma cruz. George V adicionou pedras semipreciosas à coroa, como rubis, ametistas, safiras, granadas, topázios e turmalinas, permanentemente em 1911. Completando a coroa, há um gorro de veludo roxo e uma faixa de arminho, e o conjunto pesa quase 5 libras (2,23 kg).
3. Cadeira de coroação
A cadeira da coroação é utilizada durante a cerimônia de coroação do monarca e foi encomendada por Eduardo I para abrigar a Pedra do Scone, que representa a soberania escocesa. Embora a cadeira tenha sido apresentada na coroação de Eduardo II em 1308, não se sabe se ela fez parte da coroação. No entanto, sabe-se que em 1399 Henrique IV foi coroado sentado na cadeira.
A cadeira é feita de carvalho, tem 2,05 metros de altura e é decorada com animais e folhagens douradas, com uma imagem de Eduardo, o Confessor, no verso. Os pés do rei estão sobre um leão e foram adicionados quatro leões dourados ao redor da base da cadeira. Sob o assento, encontra-se a Pedra do Scone, que foi cercada por painéis decorativos de madeira, posteriormente removidos.
Embora seja um objeto sagrado e histórico, a cadeira não foi bem protegida nos séculos XVIII e XIX e acabou sofrendo danos, incluindo pichações feitas por visitantes. Um exemplo notável é a inscrição “P. Abbott dormiu nesta cadeira de 5 a 6 de julho de 1800”, que foi esculpida no assento da cadeira.
Apesar disso, a cadeira da coroação permanece como um símbolo da história e da tradição da monarquia britânica.
4. Cetro do Soberano com Cruz
Durante a coroação da monarquia britânica, dois cetros decorados com joias são utilizados: o Cetro do Soberano com Cruz e o Cetro do Soberano com Pomba.
O Cetro com Cruz do Soberano é uma peça mais complexa, notável pelo Cullinan I, o maior diamante incolor do mundo, com 530,2 quilates. Este diamante foi cortado do maior já encontrado, o Cullinan, que pesava 3.106 quilates e foi descoberto na atual África do Sul em 1905.
O Cetro com Cruz foi criado sob a ordem de Charles II e sofreu alterações significativas ao longo do tempo, com a adição do Cullinan I em 1910 sendo a mais notável. Em 1911, o cetro foi usado na coroação de George V e simboliza o poder temporal do monarca. Durante a investidura, juntamente com o Orbe do Soberano, os cetros são entregues ao monarca.
5. Orbe do Soberano
O Orbe do Soberano é um dos itens mais incomuns da insígnia real. Este objeto, que data de 1661, consiste em uma esfera dourada com uma cruz no topo e representa o mundo cristão e a convicção de que o poder do monarca é concedido por Deus.
Durante a cerimônia de investidura da coroação, o orbe é colocado na mão direita do soberano.
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