Oculto nas montanhas do Iraque: o misterioso santuário de Anahita em Rabana-Merquly é revelado

Escavações revelaram um santuário dedicado à antiga deusa da água, Anahita, no coração do Curdistão iraquiano.

Nas profundezas do Curdistão iraquiano, escondida entre as imponentes montanhas do Zagros, jaz uma relíquia do passado, um testemunho silencioso da grandeza e da fé de uma civilização antiga: a cidade de Rabana-Merquly.

Este sítio arqueológico, mais do que uma mera fortaleza militar da era Parthian, emerge como um centro espiritual dedicado ao culto de Anahita, a deusa persa das águas.

Divulgação / Rabana-Merquly Archaeological Project

Rabana-Merquly, um importante centro regional do Império Parthian há cerca de 2.000 anos, foi estrategicamente situado nos flancos sudoeste do Monte Piramagrun. As escavações arqueológicas, lideradas pelo Dr. Michael Brown da Universidade de Heidelberg, revelaram estruturas arquitetônicas ao longo de uma cachoeira natural e vestígios de um possível altar de fogo, indicando a existência de um santuário no local.

Tais descobertas sugerem que Rabana-Merquly poderia ter sido um espaço de adoração dedicado à Anahita, venerada nas regiões ocidentais do Iraque durante os tempos Seleucida e Parthian.

Anahita, mencionada nos textos zoroastristas como a fonte celestial de todas as águas na Terra, era frequentemente representada em forma de uma bela mulher que poderia transformar-se em um riacho ou cachoeira. Este culto à Anahita, enfatizando a associação de elementos aquáticos e ígneos, desempenhava um papel fundamental na religião pré-islâmica persa. A proximidade do santuário com a cachoeira natural de Rabana-Merquly reforça a sacralidade do local, marcando um ponto de encontro entre o divino e o terreno.

Embora a atribuição definitiva do santuário a Anahita permaneça incerta, devido à falta de achados arqueológicos diretos para comparação, as evidências acumuladas durante as escavações entre 2019 e 2022 fornecem uma visão fascinante das conexões sacrais e geopolíticas da região durante a era Parthian.

A presença de um relevo rochoso retratando um governante anônimo, provavelmente um rei vassalo local responsável pela fundação do local, sugere que Rabana-Merquly também servia como um sítio de culto dinástico, honrando o rei e seus antepassados.

As pesquisas em Rabana-Merquly, financiadas pela Fundação Alemã de Pesquisa, ajudam a enriquecer nosso entendimento do passado antigo. À medida que continuamos a desvendar os mistérios de Rabana-Merquly, somos lembrados da complexidade e da riqueza das tradições que moldaram o mundo antigo, lançando luz sobre as práticas religiosas e culturais que definiram civilizações esquecidas pelo tempo.

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