Conheça a história do Outubro Rosa, a campanha de combate ao câncer de mama
O movimento nasceu na década de 90 no intuito de estimular a população a participar de ações no controle do câncer de mama.
Dados do Instituto Nacional do Câncer, o INCA, dão conta de que o câncer de mama é o segundo tipo mais frequente em mulheres, representando 28% dos casos registrados anualmente. Em 2012, pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou aumento de 16,7% de incidência, considerando os últimos 20 anos.
O fato é que, ao mesmo tempo em que se configura como uma das formas mais fatais da doença, o câncer de mama é o mais fácil de ser diagnosticado. E quanto mais cedo for descoberto, maiores são suas chances de cura. No intuito de conscientizar a população sobre os riscos e a facilidade de identificação, foi lançado o movimento Outubro Rosa.
Anualmente, a campanha busca envolver toda a população, não só as mulheres, na importância do diagnóstico precoce, formas de prevenção, além de facilitar o acesso ao tratamento. Conheça um pouco mais sobre o movimento e, também, sobre a própria doença, ainda tão comum entre as brasileiras.
O que é o câncer de mama?
O câncer de mama é a doença causada pela multiplicação de células anormais nessa região do corpo, formando então um tumor. Não existe apenas um tipo de câncer de mama, assim como são vários os meios como os tumores se desenvolvem. Alguns evoluem de forma mais rápida enquanto outros são mais lentos.
E quais são as causas do câncer de mama? A idade aparece como um dos principais fatores e as mulheres com idade superior a 50 anos aparecem como aquelas que apresentam maior predisposição. Também contribuem para o aparecimento da doença diversos fatores, como por exemplo:
- obesidade após a menopausa
- sedentarismo
- consumo excessivo de bebida alcoólica
- exposição frequente a Raios X
- histórico familiar
- gravidez após os 30 anos
- nunca ter amamentado
- menopausa tardia (após os 55 anos)
Estima-se que um número total de 59.700 novos casos de câncer de mama no Brasil entre 2018 e 2019. Os dados são do INCA e trazem ainda um risco aproximado de 56,33 incidências a cada 100 mil mulheres. O instituto traz também a maior ocorrência da doença entre as regiões do Brasil:
- Sul: 73,07/100 mil
- Sudeste: 69,50/100 mil
- Centro-Oeste: 51,96/100 mil
- Nordeste: 40,36/100 mil
- Norte: 19,21/100 mil
Tanto quanto é comum, é fácil a detecção de um provável tumor e o diagnóstico inicial pode ser feito pela própria pessoa. É importante que a mulher observe suas mamas na hora do banho e enquanto troca de roupa, atentando-se para qualquer anormalidade. Os principais sinais ou sintomas do câncer de mama são:
- saída de líquidos dos mamilos
- pequenos nódulos no pescoço ou axilas
- pele da mama avermelhada ou com aspecto de casca de laranja
- caroço endurecido, fixo e, normalmente indolor
Além do autoexame, é importante que mulheres de 50 a 69 anos façam uma mamografia de rastreamento a cada dois anos, mesmo se não houver nenhum sintoma. A mamografia é um tipo de exame capaz de identificar alterações suspeitas na mama. Ao notar alguma alteração persistente na mama, a mulher deve procurar imediatamente por um profissional.
Inclusive, para identificar se as modificações tratam-se, realmente, de um tumor. Nestes casos, será feita a mamografia diagnóstica, com a finalidade de analisar lesões suspeitas. O câncer de mama tem cura e a mulher encontra atendimento gratuito nas unidades conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Como nasceu o Outubro Rosa?
O movimento conhecido como Outubro Rosa nasceu na década de 90 com o objetivo de estimular a população a participar do controle do câncer de mama. Tudo começou nos Estados Unidos, em Nova York, através da Fundação Susan G.Komen for the cure. Em 1990, a instituição promoveu uma corrida para arrecadar verbas e alertar sobre a doença.
A maratona voltou a acontecer todos os anos até que, em 1997, outros países aderiram à campanha. Com a frequência e a adesão cada vez maior, o laço rosa que os corredores usavam na altura do peito tornou-se o símbolo do movimento e, o mês de outubro, aquele dedicado ao tema.
No Brasil, a campanha chegou em 2002, quando o Mausoléu do Soldado Constitucionalista, o Obelisco do Ibirapuera, ficou todo iluminado com a cor rosa. A iniciativa partiu de mulheres que se uniram à uma empresa europeia de cosméticos para trazer o movimento ao Brasil.
Desde então, os principais monumentos de cidades do país inteiro se iluminam de rosa, incluindo grandes hospitais, entre eles, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Anualmente, a campanha é lançada abordando temáticas diferentes, mas sempre compartilhando informações e promovendo a conscientização sobre a doença.
O intuito do Outubro Rosa é proporcionar acesso aos serviços de diagnóstico e, com isso, contribuir para a redução da mortalidade. O INCA, Instituto Nacional do Câncer, entrou na campanha em 2010 e, desde então, promove debates, eventos técnicos e apresentações, além de produzir materiais e recursos educativos para disseminar informações úteis.
Campanha Outubro Rosa 2018
Em 2018, o INCA lançou a campanha com o tema “Câncer de mama: vamos falar sobre isso?”. O intuito é intensificar as recomendações do Ministério da Saúde para o diagnóstico precoce e desmentir mitos há muito construídos acerca da doença. Entre os objetivos principais da campanha, estão:
- enfatizar a importância de a mulher conhecer e identificar alterações suspeitas nas mamas;
- informar sobre a importância da mamografia de rastreamento, a cada dois anos, em mulheres de 50 a 69 anos;
- mostrar a diferença entre mamografia de rastreamento e diagnóstica;
- esclarecer todas as questões pertinentes à mamografia de rastreamento;
- informar sobre a oferta gratuita dos exames pelo Sistema Único de Saúde (SUS), contemplando todas as faixas etárias.
Como prevenir o câncer de mama?
Em grande parte dos casos, o câncer pode ser identificado na sua fase inicial, aumentando as chances de tratamento e cura. Portanto, caso a mulher esteja em grupos com maior risco, é importante ficar atenta. Frisamos apenas que a presença de um ou mais desses fatores de risco não significa que a mulher necessariamente terá a doença.
Também é importante frisar que cerca de 30% dos casos podem ser evitados com a prática de hábitos saudáveis, como atividades físicas regulares, alimentação equilibrada, peso corporal adequado, evitar consumo excessivo de bebidas alcoólicas e, tendo filhos, estimular a amamentação.
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