PERIGO: entenda por que o peeling de fenol pode levar à morte
Recentemente, um homem de 27 anos morreu após passar por um procedimento malsucedido com a substância.
No último dia 3 de maio, o caso do empresário Henrique Chagas, de apenas 27 anos, chamou a atenção para um procedimento estético pouco conhecido, mas que pode ser fatal: o peeling de fenol.
Henrique deu entrada na clínica da esteticista Natália Becker, na zona leste de São Paulo, capital, e foi encaminhado prontamente para uma sala onde o procedimento foi realizado.
No entanto, pouco tempo depois, o homem passou mal e teve de ser socorrido por agentes do SAMU. Infelizmente, Henrique Chagas não resistiu aos efeitos do fenol no organismo e faleceu.
Todo o processo, desde a entrada do jovem empresário na clínica até o seu falecimento, foi registrado pelas câmeras de segurança da clínica. Após a morte de Henrique, a clínica foi interditada e multada.
Natália Becker, responsável pelo estabelecimento, está sob investigação e deve responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Henrique Chagas mostra o rosto durante a realização do peeling – Imagem: arquivo pessoal/reprodução
Mas o que é peeling de fenol?
Trata-se de um procedimento estético que visa atenuar marcas de expressão de contorno mais severo, como rugas mais profundas, marcas de acne e outras imperfeições.
Quando bem executado, traz resultados rápidos e efetivos, com o melhoramento da produção de colágeno pela pele do rosto e a consequente conformidade de sua camada superficial.
Quais são os riscos desse procedimento?
É importante frisar que a realização do peeling de fenol é autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e avalizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), dentre outras entidades do setor.
Por outro lado, a SBD alerta que o peeling de fenol é agressivo e invasivo, não podendo ser classificado como um método estético comum, a exemplo de outros tipos de peeling.
“É importante ressaltar que o procedimento [peeling de fenol] apresenta riscos e tempo de recuperação prolongado, exigindo afastamento das atividades habituais por um período estendido”, destacou a entidade em nota.
A SBD alerta ainda que o fenol pode trazer riscos à saúde por ser uma substância tóxica e absorvível pela pele. Em casos extremos, ela pode causar complicações em órgãos vitais como rins, fígado e até no coração.
“É possível que ocorram complicações, como dor intensa, cicatrizes, alterações na coloração da pele, infecções e até mesmo problemas cardíacos imprevisíveis, independentemente da concentração, do método de aplicação e da profundidade atingida na pele”, acrescentou a Sociedade de Dermatologia.
Em outras palavras, os consumidores devem estar atentos aos riscos envolvidos, tomando sempre as devidas precauções para evitar incidentes fatais, como o ocorrido com Henrique Chagas.
Como se proteger?
A melhor forma de se proteger contra complicações envolvendo o peeling de fenol é não aplicá-lo, a menos que seja imprescindível.
Porém, quem precisar desse procedimento deve, primeiramente, consultar um dermatologista que vai avaliar o seu quadro e determinar se o peeling de fenol pode ou não ser aplicado.
Em caso afirmativo, o próximo passo é procurar profissionais especializados e clínicas certificadas.
Os especialistas autorizados pela Anvisa e a SBD são cirurgiões plásticos ou dermatologistas. Essa designação é avaliada e permitida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Inclusive, o CFM reforça o alerta dizendo que até profissionais certificados precisam realizar o peeling de fenol em condições adequadas para evitar intercorrências e garantir o socorro aos pacientes em situações que fujam do controle.
O conselho também informa que a Anvisa é o órgão responsável por fiscalizar clínicas de estética que oferecem a realização desse procedimento.
“A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o apoio das vigilâncias estaduais e municipais, deve reforçar a fiscalização aos estabelecimentos e profissionais que prestam esse tipo de serviço sem atenderem aos critérios definidos em lei e pelos órgãos de controle”, disse o CFM em nota.
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