Pesquisadores encontram ‘batom’ de 3,7 mil anos no Irã

O artefato é o mais antigo do tipo já encontrado, segundo os autores da descoberta.

No último dia 1º de fevereiro foi publicado no Scientific Reports um estudo que pode reescrever tudo o que se sabe sobre a origem do batom, um dos cosméticos mais populares que existem.

Até agora, o que se sabe é que esse produto foi inventado por volta do final do século 19. Porém, também se sabe que o hábito de tingir os lábios já era praticado por povos antigos, embora acredite-se que isso era feito de forma diferente.

O estudo, que foi conduzido por pesquisadores das Universidades de Pádua, na Itália, e Teerã, no Irã, aponta para o que está sendo considerado o batom mais antigo da história, datado de 3,7 mil anos atrás. A descoberta do artefato foi feita em 2001, na cidade de Jiroft, no sudeste do Irã.

De acordo com os arqueólogos responsáveis pelo achado, uma cheia do rio Halil, que passa nas cercanias de Jiroft, inundou um cemitério datado da Idade do Bronze (cerca de 1 mil anos a.C) e desnudou artefatos enterrados no local.

Um dos artefatos que chamou a atenção foi um frasco contendo uma mistura de hematita, manganita, braunita, ceras e óleos vegetais que formavam uma pasta muito semelhante à dos batons modernos.

(Imagem: Federico Zorzi/reprodução)

Além do “batom” descoberto, arqueólogos já tinham encontrado um pó preto chamado sormeh e uma substância chamada hena, usados como delineador e tintura para pele e cabelos, respectivamente.

Massimo Vidale, professor da Universidade de Pádua, comentou sobre a importância das descobertas.

“Esta descoberta revela que artesãos iranianos de 5.000 a 4.000 anos atrás já haviam desenvolvido um conhecimento muito avançado sobre compostos metálicos, naturais e sintéticos que poderiam produzir não apenas delineador de olhos de kohl preto, base facial de chumbo branco, mas muito mais”, disse.

Vidale destacou ainda que muito possivelmente as maquiagens eram usadas no passado como forma de adorno importante diante da sociedade, assim como nos dias atuais.

“Isso também sugere a possibilidade de que cosméticos fossem usados em contextos sociais formais e cerimoniais, como um componente importante da manifestação pública do papel dominante de um estrato elite da população”, opinou.

Atualmente, o “batom mais antigo do mundo” e outras peças do tipo estão expostas no Museu Arqueológico de Jiroft.

* Com informações da Revista Galileu

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