Pesquisadores estão desenvolvendo 'neurônio artificial' para ferramentas de IA; entenda
Esse 'neurônio' é multissensorial e integra informações de diferentes sentidos humanos, dando ainda mais poder aos 'cérebros' dessas máquinas.
Nossos sentidos operam em conjunto de forma sinérgica, o que significa que eles colaboram para oferecer uma compreensão mais abrangente, especialmente quando os sinais individuais são sutis.
Nesse processo, a soma coletiva dos insumos biológicos pode ser maior do que as contribuições individuais de cada sentido.
No entanto, os robôs tradicionalmente tendem a seguir uma abordagem mais direta, processando informações de maneira isolada.
Em vista disso, pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia (Penn State) estão adotando o conceito biológico de sinergia sensorial para aplicá-lo à Inteligência Artificial (IA).
Produto do conceito biológico de sinergia sensorial
O resultado dessa pesquisa é o desenvolvimento do primeiro neurônio artificial multissensorial integrado, que permite às máquinas combinarem e processarem informações de diferentes sensores.
Com isso, haveria uma imitação da capacidade humana de incorporar múltiplos sentidos para uma compreensão mais completa do ambiente ao redor.
O trabalho recentemente publicado na Nature Communications deste mês marca um avanço significativo na pesquisa de IA.
Saptarshi Das, o líder dessa iniciativa, destaca que os robôs, ao tomarem decisões, geralmente baseiam-se no ambiente onde estão inseridos.
Contudo, seus sensores costumam operar de forma isolada, sem comunicação entre si. Isso significa que a informação sensorial não é compartilhada de maneira eficiente.
Além disso, Das levanta uma questão importante: será que a tomada de decisão coletiva, por meio de uma unidade de processamento de sensores, é o método mais eficiente?
Ele faz uma comparação com o cérebro humano, no qual um sentido pode influenciar e complementar outro, possibilitando que a pessoa avalie melhor uma situação.
Tal processo de interconexão sensorial no cérebro humano consegue resultar em decisões mais informadas e adaptáveis. Portanto, a pesquisa busca aplicar esses princípios biológicos na IA.
O objetivo é aprimorar a capacidade das máquinas de tomar decisões mais sofisticadas e contextuais com base em informações sensoriais integradas, ou seja, inspirada nos sentidos humanos.
(Imagem: Reprodução/Internet)
Atualmente, na IA, os sensores operam de modo independente, enviando informações para uma unidade central para decisões, o que consome mais energia.
Por outro lado, essa pesquisa propõe que os sensores possam se comunicar diretamente entre si, tornando o processo mais eficiente, especialmente quando as informações são sutis.
Isso promete melhorar a capacidade das máquinas de IA de tomar decisões com base em informações sensoriais integradas. Para isso, a pesquisa se concentrou na integração de um sensor tátil e visual.
Assim, foi possível que a saída de um sensor afetasse o outro, com ajuda da memória visual. Isso levou a melhorias na navegação, com a memória visual influenciando e ajudando as respostas táteis.
Eles conseguiram criar um neurônio artificial multissensorial conectando um sensor tátil a um fototransistor baseado em dissulfeto de molibdênio, permitindo a integração eficaz de sinais visuais e táteis.
Portanto, diante disso, nós temos o potencial de aprimorar a capacidade das máquinas em processar informações de diferentes sensores de forma mais eficiente e adaptável.
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