Petrobras descobre petróleo em águas ultraprofundas da margem equatorial
A região, que chegou a ser chamada de "novo pré-sal", é considerada a nova fronteira exploratória brasileira em águas profundas e ultraprofundas.
A Petrobras descobriu uma acumulação de petróleo em águas ultraprofundas da Bacia Potiguar, no poço exploratório Anhangá, segundo comunicado divulgado pela empresa. A descoberta está situada na Margem Equatorial brasileira, a cerca de 190 km de Fortaleza (CE) e 250 km de Natal (RN), a uma profundidade de 2.196 metros.
Esta é a segunda vez que a estatal anuncia uma descoberta na Bacia Potiguar desde o início do ano. Em janeiro, a empresa identificou a presença de hidrocarboneto no Poço Pitu Oeste, a cerca de 24 km de Anhangá.
“Tais descobertas ainda merecem avaliações complementares. A Petrobras é a operadora de ambas as concessões e detém 100% de participação”, informou em nota.
A Margem Equatorial se estende pelo litoral entre o Rio Grande do Norte e o Amapá, abrangendo as bacias hidrográficas da foz do Rio Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar. Ela é considerada de grande potencial pelo setor de óleo e gás, tendo inclusive sido chamada de “novo pré-sal”.
A Petrobras tem planos para investir US$ 3,1 bilhões em pesquisas na região geográfica, com expectativa de perfuração de 16 poços entre os anos de 2024 e 2028.
Preocupações ambientais
Ambientalistas se preocupam com a exploração de petróleo na Margem Equatorial porque enxergam na atividade risco de impactos à biodiversidade, sobretudo à foz do Rio Amazonas. No entanto, os poços Anhangá e Pitu Oeste ficam bem distantes da localidade.
Em maio de 2023, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou o pedido da empresa para realizar perfurações no bloco FZA-M-59, situado na bacia da Foz do Amazonas.
Um novo pedido foi realizado pela Petrobras, mas continua sem resposta.
Já os trabalhos na Bacia Potiguar são autorizados pelo Ibama, que deu à companhia licença para perfurar os poços de Pitu Oeste e de Anhangá.
Em nota, a petroleira garante que os trabalhos em Anhangá ocorreram sem qualquer incidente e reforça seu compromisso com as pessoas e o meio ambiente. Ela diz ainda que sua capacidade técnica para operar com segurança é comprovada pelo histórico de 3 mil poços perfurados em ambiente de águas profundas e ultraprofundas.
“As atividades exploratórias na Margem Equatorial representam mais um passo no compromisso da Petrobras em buscar a reposição de reservas e o desenvolvimento de novas fronteiras exploratórias que assegurem o atendimento à demanda global de energia durante a transição energética”, complementa a nota.
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