Planeta tem déficit de 44 milhões de professores

Estimativa consta de relatório da Unesco, divulgado nessa terça-feira (14), Dia Nacional da Alfabetização

Num tempo em que as novas tecnologias humanoides ‘magnetizam’, entre bem-nascidos e remediados, o planeta carece de nada menos do que 44 milhões de professores para que centenas de milhões de seres humanos igualmente alcancem a cidadania intelectual.

A conta do déficit educacional consta do Relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) – em levantamento realizado em 79 países de todos os continentes e divulgado em outubro deste ano, mês que se comemora o Dia do Professor – ao apontar a África Subsaariana e o Sul asiático como as regiões onde essa falta é mais gritante.

Do montante de carência docente anunciado pela Unesco, somente a região da América Latina e o Caribe é deficitária em 3,2 milhões de mestres. Coincidência ou não, os dados foram divulgados nessa terça-feira (14), quando se comemorou o Dia Nacional da Alfabetização.

Frente a esse desafio, a Unesco entende ser necessário formar milhões de novos professores até 2030, prazo final que integra as metas estabelecidas pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

No entendimento da presidente da Fundação ArcelorMittal, Tatiana Nolasco, uma das alterativas para reverter esse quadro adverso seria o desenvolvimento e fortalecimento da jornada de formação entre as escolas e os professores.

“Esse levantamento da Unesco mostra o tamanho do desafio que temos. Não podemos pensar em desenvolvimento sem uma educação abrangente e de qualidade. O professor é o elo para conectar o aluno ao conhecimento”, acentua Tatiana.

Ainda de acordo com o estudo da Unesco, outra distorção grave do setor é o crescimento expressivo da taxa de abandono de educadores do ensino primário, que subiu, de 4,62% em 2015 para 9,06% em 2022, em decorrência de fatores como más condições de trabalho, estresse e baixos salários.

Outra evidência de degradação da categoria, segundo o mesmo levantamento, é que apenas metade dos países pesquisados pagam aos professores do ensino básico o mesmo ou algo mais do que outras profissões com nível similar de qualificação.

Medidas propostas pela Unesco, para enfrentar o problema da falta de professores no mundo:

  • Maior investimento na formação inicial e contínua de professores;
  • Programas de mentoria que promovam a colaboração entre professores experientes e novatos;
  • Melhores salários e planos de carreira.
você pode gostar também

Comentários estão fechados.