Plano Collor
O Plano Collor foi um pacote de medidas econômicas adotadas durante o governo de Fernando Collor de Mello para controlar a inflação do Brasil.
O que foi o Plano Collor? Oficialmente chamado de Plano Brasil Novo, foi um pacote de medidas econômicas instituídas pelo então presidente Fernando Collor de Mello, com o objetivo de controlar a inflação do país.
Em março de 1990, a então Ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, apresentou o maior choque econômico já visto no país.
Daquela data até os próximos dezoito meses, ficariam congelados dois terços dos 5 trilhões de cruzados que circulavam no país. Bloquearam os investimentos e as contas poupança e corrente de cerca de 60 milhões de cidadãos.
Contexto histórico
O Brasil enfrentava um momento de inflação e estagnação econômica. Entretanto, o país vivia momentos de excitação política, pois o ano de 1989 foi marcado pela realização das primeiras eleições diretas e pluripartidárias para presidente após a ditadura militar.
O cidadão via seus direitos políticos serem resgatados através da Constituição de 1988, que ditava novos direitos sociais e trabalhistas.
Durante a campanha, diversos atores políticos se apresentaram como candidatos, Luiz Inácio Lula da Silva, representando a esquerda, e Ulysses Guimarães, a direita.
No entanto, foi o governador do estado de Alagoas, Fernando Collor de Mello, que conquistou a maioria dos votos, sustentando uma imagem atlética, moderna e de combate à corrupção.
No cenário externo prevalecia o neoliberalismo nos países desenvolvidos, por isso, foi o modelo posto em prática no Brasil pelo governo Collor.
O então presidente buscou privatizar empresas estatais, reduzir o gasto público, abriu o mercado brasileiro ao comércio internacional e liberou o mercado externo para investimentos no país.
Origem do Plano Collor
O Plano Collor não foi levado ao Congresso Nacional para ser debatido e votado entre os parlamentares. Ele foi decretado por meio de uma medida provisória.
Durante sua campanha, Collor não citou o plano. Apenas reforçava o discurso de melhorar a economia do país através do combate à corrupção e da demissão de funcionários públicos que não desempenhavam sua função de forma proveitosa.
Fernando Collor nomeou a professora da Universidade de São Paulo (USP), Zélia Cardoso de Mello, para o cargo de Ministra da Economia.
O Ministério da Economia reunia o do planejamento e o da fazenda, e algumas secretarias. Dessa maneira, Zélia Cardoso de Mello se tornou uma das ministras mais influentes do governo.
Medidas do Plano Collor
Foram várias as medidas do Plano Collor, mas a mais polêmica e debatida foi a retenção das poupanças bancárias dos cidadãos que tivessem depósitos acima de 50 mil cruzeiros.
Tal medida foi adotada visando equilibrar a economia do país. Com isso, as poupanças foram retidas com a promessa de devolver o dinheiro em 18 meses com correção e juros.
Essa ação pretendia conseguir liquidez para o financiamento de projetos econômicos. O governo garantiu que devolveria os depósitos dentro do tempo previsto.
A promessa não foi cumprida e milhares de brasileiros tiveram que entrar na justiça para recuperar o dinheiro.
Plano Collor 1
O Plano Collor 1 consistia nas seguintes práticas:
- Poupança suspensa para aqueles que tivessem acima de 50 mil cruzeiros na poupança;
- Início do processo de privatização das empresas estatais;
- Reforma administrativa;
- Demissão do funcionalismo público;
- Abertura do mercado nacional ao comércio exterior;
- Flutuação cambial sob controle do governo;
- Mudança da moeda para “cruzeiro”.
Plano Collor 2
O Plano Collor 1 não teve êxito, mesmo conseguindo diminuir a inflação nos primeiros meses do governo, os problemas econômicos essenciais do país não foram resolvidos.
Empresas ficaram sem caixa, negócios foram desfeitos e o comércio se viu profundamente afetado pela falta de dinheiro.
Os preços dos produtos continuaram a aumentar e os salários a achatar. Por isso, no início de 1991, Collor determinou mais medidas econômicas que ficaram conhecidas como Plano Collor 2.
Dentre as medidas, estavam:
- Congelamento dos preços dos produtos;
- Congelamento dos salários;
- Aumento das tarifas públicas;
- Criação da Taxa de Referência de Juros;
- Estabelecimento da taxa referencial diária como forma de corrigir a poupança.
Consequências do Plano Collor
O Plano Collor não conseguiu conter a inflação e nem salvar a economia do país. Alguns pesquisadores apontam que foi um momento em que o país quebrou, pois os créditos encareceram e tiveram seu acesso dificultado. Outros afirmam que foi apenas uma intensa recessão.
As medidas adotadas pelo governo de Collor deixou vários pequenos empresários falidos. Além disso, o desemprego teve um salto considerável. Algumas empresas estatais foram vendidas a baixos preços e a indústria nacional foi sucateada.
Houve cortes de investimentos em infraestrutura e desmonte das ferrovias. O Produto Interno Bruto (PIB) diminuiu.
Entre 1991 e 1992, Fernando Collor de Mello foi acusado de gastar dinheiro público desnecessariamente, além de ser denunciado por corrupção.
Os brasileiros foram às ruas exigindo o impeachment do presidente. Antes de ser de fato deposto do cargo de Presidente da República, Collor renuncia no dia 29 de dezembro de 1992.
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