Polêmica: IBGE coloca o Brasil no centro da mapa-múndi e gera dúvidas
IBGE colocou o Brasil no meio do mapa-múndi e, além dos memes gerados, internautas logo perguntaram se isso de fato é adequado.
A recente atualização do mapa-múndi pelo IBGE, no dia 9 de março, causou um grande rebuliço. As redes sociais foram inundadas de memes sobre o assunto.
Mas por que um simples mapa pode gerar tanta comoção? Talvez até mesmo você, que está lendo, se surpreenda.
Estamos acostumados com o Brasil posicionado mais à esquerda, mas desta vez o IBGE inovou e colocou o Brasil no centro do mapa-múndi.
Nova atualização do IBGE: somos o centro do mundo – Imagem: IBGE/Reprodução
Essa mudança gerou muitas piadas, com muitos pensando que o instituto estava tentando fazer o que chamaram de uma “lacração geográfica”, isto é, “estamos no centro do mundo, somos os melhores”.
Mas isso levanta uma questão: existe uma forma correta de posicionar os mapas no plano cartográfico?
Mapa-múndi: qual país deveria estar no centro?
Colocar um país no centro do mundo não é de hoje, mas já é uma antiga tentativa de estudar melhor questões como colonialismo ou relações entre países.
Você provavelmente deve lembrar dos mapas tradicionais e neles temos a visão eurocêntrica, ou seja, da ênfase à Europa como o centro do mundo, o que acaba distorcendo as proporções de outros continentes.
A história da elaboração dos mapas é antiga. Os primeiros eram simples representações baseadas em observações locais.
Mas foi na Conferência Internacional do Meridiano, em 1884, que o centro do mapa recebeu uma definição mais oficial, com o Reino Unido ocupando esse lugar de destaque por ser a maior potência da época.
O mapa mais comum traz o Reino Unido como centro do mundo – Imagem: IBGE/Reprodução
E o que isso muda, afinal?
O professor Sebastian Fuentes, especialista em Geografia, menciona que a versão do mapa-múndi com algum país no centro sempre vai impactar principalmente as aulas de geografia.
No último mapa do IBGE, por exemplo, a Ásia aparece dividida, o que pode complicar um pouco os estudos.
No entanto, Fuentes ressalta que não há nenhum problema em colocar um país no centro do mapa, pois a tentativa de ser o centro das atenções está sempre em jogo para cada país.
Afinal, a representação cartográfica é uma forma de interpretação do mundo, e diferentes perspectivas podem enriquecer nosso entendimento sobre ele.
E assim tudo isso nos mostra que as representações cartográficas têm um impacto significativo na forma como entendemos o mundo.
Seja para estudar questões históricas, geopolíticas ou simplesmente para navegar pelos continentes, a posição de cada país no mapa sempre será motivo de discussão e reflexão.
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