Por que ficamos doloridos no dia seguinte ao treino?

Quem vai à academia sabe bem como é essa sensação. E a ciência pode explicá-la, pelo menos em parte.

Praticar atividades físicas é um hábito essencial para a saúde. A prática regular de exercícios físicos fortalece o corpo, melhora a resistência, ajuda a controlar o peso e traz inúmeros benefícios mentais, como a redução do estresse.

Apesar de todos esses benefícios, muitas pessoas desistem de treinar por dois motivos principais: o esforço físico necessário e as dores musculares que surgem após o exercício, geralmente no dia seguinte.

Essas dores, embora sejam normais, podem ser bastante desestimulantes, especialmente para iniciantes. Mas por que elas acontecem? E será que é possível evitá-las? Vamos explorar essas questões.

Fatos científicos por trás das dores pós-treino

Por mais surpreendente que possa parecer, os cientistas ainda não têm uma resposta conclusiva sobre o que exatamente causa as dores musculares pós-treino.

Sabe-se, por exemplo, que o rompimento das fibras musculares durante a atividade é um dos fatores responsáveis, mas ele não age sozinho. Na verdade, uma série de fatores estão associados a esse fenômeno.

O rompimento das fibras musculares é comum durante o treino, especialmente em exercícios de resistência, como levantamento de peso. Porém, tais microlesões, por si só, não causam tanta dor quanto se imagina.

Se elas fossem o único motivo, a dor seria sentida imediatamente, no momento em que o esforço está sendo feito.

De fato, é possível sentir dor durante o treino, mas o incômodo do qual falamos geralmente está relacionado a lesões mais graves.


Dores musculares intensas ocorre geralmente no dia seguinte ao treino – Imagem: Freepik/reprodução

Outras reações também ocorrem no corpo durante e após o treino. Um exemplo é o vazamento de substâncias, como íons e proteínas, que se dão por meio das microlesões no tecido muscular.

Esse vazamento pode desencadear uma resposta inflamatória, levando a inchaço, rigidez muscular e limitação de movimentos, os sintomas típicos das dores que surgem nos dias seguintes ao treino.

Tais processos inflamatórios podem estar por trás da dor muscular tardia, também conhecida como DOMS (Delayed Onset Muscle Soreness).

Além disso, o cérebro pode intensificar a resposta às lesões e aumentar a percepção da dor, tornando-a mais intensa.

Assim, fica claro que as “dores de academia” são resultado de uma combinação de fatores, e não apenas do rompimento das fibras musculares.

Interessantemente, todo esse processo está intimamente ligado ao ganho de massa magra, uma vez que fomenta a hipertrofia muscular.

É possível evitar as dores musculares pós-treino?

Evitar completamente as dores musculares pós-treino não é possível, mas há maneiras de minimizá-las.

Um dos métodos mais eficazes é fazer um bom aquecimento antes do treino e alongamentos após a atividade física. Isso prepara os músculos para o esforço e ajuda a reduzir a rigidez pós-exercício.

Manter o corpo bem-hidratado contribui para eliminar toxinas que podem gerar a inflamação e dor muscular.

Além disso, o consumo adequado de proteínas e nutrientes essenciais promove a recuperação muscular.

O descanso é outro fator crucial. O período de recuperação recomendado por educadores físicos varia de 48 a 72 horas entre treinos que envolvem o mesmo grupo muscular.

Esse intervalo permite que as fibras musculares se recuperem e se fortaleçam, reduzindo a intensidade das dores futuras.

Por fim, é importante respeitar os limites do seu corpo. A progressão gradual na intensidade dos treinos impede sobrecargas e reduz o risco de lesões, contribuindo para uma prática esportiva mais segura e sustentável.

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