Por que não sentimos a Terra girar, afinal?

Entenda por que não sentimos a Terra girar e viajar pelo espaço apesar de suas altas velocidades.

A Terra está em constante movimento, realizando dois principais movimentos: a rotação e a translação. A rotação ocorre enquanto a Terra gira em torno de seu próprio eixo, completando uma volta a cada 24 horas. Já a translação é o movimento da Terra ao redor do Sol, finalizando uma órbita em cerca de 365 dias.

Isso acontece em velocidades impressionantes — cerca de 1670 km/h na rotação e aproximadamente 107 mil km/h na translação. Mas você já se perguntou por que não sentimos nem a rotação nem a translação?

A rotação da Terra

A sensação de movimento depende da aceleração e não da velocidade constante. Segundo a Lei da Inércia, formulada por Isaac Newton, um corpo em movimento tende a permanecer em movimento, exceto quando uma força externa atua sobre ele. Isto é, se algo alheio conseguir reduzir, mudar ou aumentar esse movimento.

Como a rotação da Terra é constante e uniforme, não há mudanças na velocidade que possam ser percebidas.

Imagine estar em um carro andando em linha reta e em velocidade constante; se não houvesse vibrações ou ruídos nem freadas, você não sentiria o movimento.

Da mesma forma, como estamos nos movendo junto à Terra e tudo em nossa atmosfera, não percebemos essa velocidade constante.

Além disso, a rotação da Terra é suave e uniforme, sem acelerações ou desacelerações bruscas. Isso significa que não há forças adicionais agindo sobre nossos corpos que nos permitam sentir o movimento.

O mesmo princípio se aplica a um avião em voo constante: apesar de viajar a centenas de quilômetros por hora, os passageiros não sentem essa rapidez enquanto o avião mantém uma trajetória estável.

Stephanie Deppe, astrônoma do Observatório Vera Rubin no Chile explica:

“Se você estiver em um carro e dirigindo a uma velocidade constante na rodovia, se fechar os olhos e desligar o ruído da estrada, você se sentirá parado.”

O professor de física, Greg Gbur, da Universidade da Carolina do Norte (Estados Unidos), complementa:

“Sabemos que não existe movimento absoluto. A única coisa que importa é o movimento relativo. Newton e Galileu apontaram isso. Galileu imaginou a famosa experiência mental de estar nas entranhas de um navio. Se o navio estiver navegando em águas calmas ou se o navio estiver atracado no porto, você não notará nenhuma diferença de acordo com as leis da física.”

A translação da Terra

A translação da Terra ao redor do Sol também é imperceptível pelo mesmo motivo: a velocidade é constante e não há alterações significativas.

A Terra, o Sol e todos os outros corpos celestes estão em movimento relativo uns aos outros. Dentro desse sistema, todos estão sujeitos às mesmas leis físicas e se movem de forma coordenada.

Como resultado, não há uma referência fixa que nos permita perceber tal movimento.

Outro fator que contribui para não sentirmos a translação é a ausência de uma atmosfera espacial que possa gerar fricção.

Quando você coloca a mão para fora de um carro em movimento, sente a pressão do ar contra a sua mão. No espaço, não há ar para criar tal sensação de movimento, pois é um vácuo.

Evidências científicas

Os cientistas têm evidências robustas para comprovar os movimentos da Terra. Um dos experimentos mais famosos é o pêndulo de Foucault, que demonstra a rotação do planeta.

Quando um pêndulo de grande massa oscila, sua direção de oscilação parece mudar ao longo do tempo devido à rotação do planeta.

Além disso, as observações astronômicas e os cálculos baseados nas leis da gravitação de Newton confirmam que a Terra orbita o Sol.

*Com informações de Live Science, Forbes e Concursos no Brasil.

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