Por que o xadrez é um esporte? Conheça as razões por trás disso
O xadrez, com origens no século VI, é um jogo que reflete aspectos militares e culturais.
O xadrez tem suas raízes na Índia do século VI d.C., onde era conhecido como Shaturanga. A partir desse país, o jogo seguiu por rotas comerciais até a China e a Pérsia.
O nome, em sânscrito, se refere aos quatro componentes de um exército, com cada peça representando uma parte das forças militares daquela época. Já a palavra xadrez deriva do persa “shah”, que significa rei.
Carlo Callero, secretário-geral da Confederação Brasileira de Xadrez, revela que, em 651, os árabes tiveram papel crucial na disseminação do jogo após conquistarem a Pérsia.
Eles levaram o xadrez para territórios que invadiram no norte da África e, mais tarde, o introduziram na Europa, durante as ocupações da Espanha e Portugal entre 711 e 1492.
Xadrez nasceu na Índia, mas chegou à Europa através dos árabes – Imagem: reprodução
Inclusão de peças e definição das regras
Já na Europa, durante a Idade Média, o xadrez foi moldado com características do período, incluindo peças como os bispos e as torres.
A Igreja exigiu que a figura eclesiástica fosse representada no tabuleiro, demonstrando seu poder na sociedade medieval; por isso, o bispo foi incluído.
Já a introdução da Rainha, no século XV, é atribuída à Rainha Isabel I de Castela, renomada por suas habilidades enxadristas. Em debates e crônicas, discute-se que Isabel teria influenciado a adoção do nome Dama, ampliando o significado além do contexto real.
Além disso, as regras que conhecemos hoje foram estabelecidas no final do século XIV, permanecendo inalteradas até então.
Jogo de azar proibido
Ainda durante a Idade Média, as Igrejas Católica, Ortodoxa e Judaica consideravam o xadrez um jogo de azar que desvirtuava a prática religiosa.
Por isso, ele enfrentou proibições em países como França, Rússia, Inglaterra e Alemanha.
Por que o xadrez é considerado um esporte?
Apesar de ser uma atividade em que não há nenhum esforço físico, o xadrez exige bastante treino e empenho mental, o que contribui para seu reconhecimento como esporte. Além disso, outros aspectos o colocam nessa categoria:
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Reconhecimento oficial: entidades esportivas, como o Comitê Olímpico Internacional (IOC, na sigla em inglês) e o Comitê Olímpico do Brasil (COB), reconhecem o xadrez como um esporte;
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Regras: como qualquer esporte, o xadrez possui um conjunto claro de regras e é regulamentado por uma organização internacional, a Federação Internacional de Xadrez (FIDE);
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Habilidade e treinamento: praticar xadrez em alto nível exige habilidades específicas, como estratégia, tática e concentração, além de um treinamento rigoroso;
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Campeonatos: há inúmeros torneios de xadrez, inclusive o Campeonato Mundial, que segue uma estrutura similar à de outros esportes;
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Competição: assim como todos os esportes, o xadrez envolve competição direta entre dois jogadores ou equipes, em que somente um sai vencedor, a partir da obediência às regras e às estratégias e lances feitos.
Marcos e recordes impressionantes:
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Existem aproximadamente 500 milhões de praticantes de xadrez no mundo, segundo a FIDE;
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A literatura sobre o jogo supera a de todos os outros combinados;
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A partida mais longa, em 1907, durou 22 horas e meia, com 168 jogadas;
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O Dia Internacional do Enxadrismo é comemorado em 19 de novembro, homenageando José Raúl Capablanca, campeão mundial da modalidade entre 1921 e 1927.
O xadrez é mais que um simples jogo; ele se interliga com história, cultura e educação. Desde suas representações religiosas até a influência de figuras notáveis, tal atividade continua a encantar e desafiar milhões em todo o mundo.
*Com informações do portal G1 e da revista Superinteressante.
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