Por que Tubi é o pior streaming que existe, mas você vai amar?

Streaming gratuito transforma mediocridade em sucesso e vem encantando 70 milhões de usuários com filmes tão ruins que são até bons.

Tubi, streaming no qual a qualidade dos conteúdos é questionável, mas a diversão é garantida, é a prova viva de que até os filmes mais duvidosos têm seu lugar ao sol.

Se você acha que a Netflix é a rainha dos streamings, é porque ainda não mergulhou nas profundezas do Tubi, no qual os filmes e séries são tão ruins que se tornam uma experiência hilariante e inesquecível.

A fórmula mágica do streaming Tubi

Desde sua criação em 2014, o Tubi segue uma fórmula simples: oferecer conteúdo gratuito e sustentado por anúncios.

O que diferencia o Tubi dos gigantes do streaming não é a qualidade das produções, mas sim a sua habilidade de abraçar a mediocridade com um entusiasmo contagiante.

Imagine uma sessão de filmes de um dólar da feira do bairro. É exatamente essa a vibe do Tubi.

Apesar de sua fama não tão glamourosa, o Tubi já conta com mais de 70 milhões de usuários.

Isso mesmo, 70 milhões de pessoas que, entre risos e piadas, encontraram um refúgio no Tubi para os momentos em que querem apenas desligar o cérebro e se divertir.

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Streaming Tubi: já ouviu falar? – Imagem: Tubi/Reprodução

Conteúdo que é uma comédia (mesmo quando não deveria ser)

O catálogo do Tubi é uma verdadeira montanha-russa de emoções. Entre as pérolas, você encontrará desde paródias de grandes sucessos de Hollywood até filmes de terror que fazem Freddy Krueger parecer uma história para dormir.

Títulos como ‘Thor: End of Days’ e ‘Freddy’s Friday’ são apenas alguns exemplos do que o Tubi tem a oferecer.

É como se os produtores tivessem decidido que qualquer coisa com uma câmera e um roteiro (ou a falta dele) merece estar na tela.

E sabe o que é o mais incrível? Muitas dessas produções são tão bizarras e malfeitas que acabam se tornando hilárias.

A má atuação, os efeitos especiais e os roteiros sem pé nem cabeça são o tempero perfeito para uma maratona de risadas.

Do filme ‘Be Kind Rewind’ ao espírito democrático do Tubi

Para entender o fenômeno do Tubi, vale lembrar do filme ‘Be Kind Rewind de 2008, dirigido por Michel Gondry.

No filme, um acidente bizarro desmagnetiza todas as fitas de uma locadora, e os funcionários decidem refilmar os clássicos de Hollywood usando uma câmera de mão velha, com cenários improvisados e amigos como figurantes.

Essas versões caseiras e de baixo orçamento, chamadas de Sweded, conquistam a comunidade local.

Dezesseis anos depois, o Tubi mantém vivo esse espírito democrático e caseiro.

Embora o Tubi ofereça algumas produções convencionais de Hollywood, ele é mais conhecido por seus Z-movies: filmes caracterizados por orçamentos incrivelmente baixos, atuações terríveis e efeitos especiais ainda piores.

O típico filme do Tubi é como uma versão Sweded, mas sem o charme ou a graça intencional.

Seu estilo lembra uma mistura de filmes slasher, dramas de meia-noite, erotismo dos anos 70, filmes de artes marciais mal dublados, thrillers nigerianos (Nollywood) e até mesmo as peças filmadas de Tyler Perry.

A estratégia por trás do sucesso

Mesmo com todo esse conteúdo de qualidade duvidosa, o Tubi tem uma estratégia que funciona.

Ao ser comprado pela Fox Corporation em 2020, o serviço ganhou mais visibilidade e ampliou seu catálogo.

Nos EUA, o Tubi até oferece filmes mais renomados, como ‘Lady Bird – Hora de Voar’ e ‘O Batman’, mas, claro, esses títulos estão disponíveis apenas lá.

No Brasil, o Tubi pode ser acessado sem a necessidade de cadastro. Isso mesmo, você nem precisa criar uma conta para mergulhar nesse mar de filmes questionáveis.

A única vantagem de se registrar é poder criar uma lista de favoritos, mas convenhamos, parte da diversão é a surpresa do que você vai encontrar.

Uma comunidade global

O Tubi é um exemplo claro de como a mediocridade pode ser democratizada e globalizada.

Com usuários em todo o mundo, o serviço prova que há uma audiência para todo tipo de conteúdo, mesmo aqueles que parecem ter sido filmados no quintal de casa. E enquanto os críticos torcem o nariz, o público se diverte.

No fim das contas, o Tubi é mais do que apenas o melhor pior streaming. Ele é uma celebração do que há de mais autêntico e humano na produção cinematográfica: o prazer de criar e compartilhar, mesmo que o resultado seja, digamos, duvidoso.

*Com informações de New York Times, Terra e CanalTech.

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