Por que usamos tomadas com três pinos no Brasil?

Em 2019, o governo considerava flexibilizar a obrigatoriedade das tomadas de três pinos, padrão no Brasil desde 2011.

Na época do governo Jair Bolsonaro, surgiram rumores de que seria revisada a norma que estabelece o uso exclusivo das tomadas de três pinos no Brasil.

Na época, a mídia especulava que uma mudança visava eliminar a obrigatoriedade do atual padrão, vigente no país desde 2011. A notícia reacendeu debates sobre a padronização de plugues e tomadas, um assunto polêmico e antigo no país.

Mas a discussão sobre a padronização das tomadas iniciou-se ainda nos anos 1980, quando o Brasil contava com uma diversidade de modelos.

Em 1998, com o governo de Fernando Henrique Cardoso, foi divulgada a norma NBR 14.136, oficializando o padrão com três pinos.

O objetivo principal era aumentar a segurança das instalações elétricas, mas sua implementação completa só foi concluída em 2011.

Antes do padrão atual, existiam diferentes tipos de tomadas no país – Imagem: reprodução

Como surgiram as tomadas de três pinos no Brasil?

A ausência de um padrão internacional para tomadas levou o Brasil a buscar sua própria solução. Nos anos 80, o país tinha uma grande variedade de plugues e tomadas, o que gerava confusão e insegurança.

Durante a década de 1990, a ABNT iniciou um processo de consulta com a indústria e especialistas para definir um modelo único. O resultado foi a escolha do plugue com três pinos, que aumentaria a segurança por meio do aterramento.

Em 2000, o Inmetro decretou a obrigatoriedade do uso desse padrão em novas construções a partir de 2006. A meta era reduzir a diversidade de modelos e aumentar a segurança elétrica.

Finalmente, em 2011, o governo proibiu a venda de qualquer plugue ou tomada que não seguisse o novo padrão.

Benefícios e desafios das tomadas de três pinos

O padrão de três pinos trouxe vantagens significativas, pois foi projetado para ser mais seguro, especialmente devido ao aterramento. Contudo, sua eficácia depende da infraestrutura dos imóveis, uma vez que nem todos contam com aterramento. Além disso, a segurança não é garantida em locais onde o terceiro pino não tem utilidade.

Embora os dados ainda sejam inconclusivos sobre a eficácia das novas tomadas em reduzir acidentes, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee) destaca uma diminuição nos acidentes fatais por choques elétricos desde a implementação do padrão.

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