Primeiro satélite espião da Coreia do Norte será lançado em junho
O equipamento, que será posto em órbita pelo exército norte-coreano, tem como objetivo monitorar países considerados inimigos pelo regime.
De acordo com a Organização Marítima Internacional e a Associated Press, autoridades da Coreia do Norte anunciaram o lançamento de um satélite espião militar para o mês de junho.
O anúncio foi detalhado em e-mails enviados pela Administração Marítima à OMI e à guarda costeira do Japão.
Segundo as informações colhidas, o equipamento, que será o primeiro do tipo a ser lançado pelo regime de Kim Jong-un, terá como objetivo principal monitorar movimentações de países considerados inimigos, como a Coreia do Sul e os Estados Unidos.
O anúncio do lançamento deixou o governo do Japão em alerta, o que levou o ministro da Defesa do país a notificar a população sobre possíveis quedas de detritos decorrentes do lançamento do satélite.
Além disso, as autoridades japonesas já se pronunciaram sobre a investida, dizendo que, caso paire sobre o espaço aéreo do país, o satélite norte-coreano será abatido.
As dúvidas em torno do satélite norte-coreano
Desde o anúncio do lançamento do novo satélite espião da Coreia do Norte, especula-se se o equipamento teria capacidade técnica suficiente para monitorar EUA e Coreia do Sul em tempo real.
Recentemente, Ri Pyong Chol, um alto funcionário da ditadura norte-coreana explicou que o país está tentando se defender de supostas “ameaças de invasão” identificadas por Pyongyang em exercícios militares conjuntos realizados por Estados Unidos e Coreia do Sul.
Paralelamente, os comandos militares de Washington e Seul têm justificado os exercícios (realizados muitas vezes nas proximidades da fronteira com a Coreia do Norte), dizendo que eles são uma resposta ao avanço do programa nuclear norte-coreano.
Ainda segundo Ri Pyong Chol, esses movimentos têm preocupado o seu líder, Kim Jong-un, que quer informações detalhadas e em tempo real sobre a evolução dos exercícios.
Podem haver consequências
Em resposta ao anúncio do lançamento do satélite, a Coreia do Sul informou, por meio do seu ministério da Defesa, que a Coreia do Norte pode enfrentar consequências.
Conforme descrito nas declarações oficiais, o lançamento viola resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que proíbem o regime de realizar qualquer lançamento usando tecnologia balística.
De acordo com Seul, esse lançamento pode esconder as reais intenções do regime de Pyongyang que, segundo eles, pretende ter mísseis intercontinentais capazes de carregar ogivas nucleares para outros países.
“É absurdo usar nossos legítimos exercícios conjuntos e a manutenção da postura de defesa conjunta Coréia do Sul-EUA para responder ao avanço das ameaças nucleares e de mísseis norte-coreanas, como desculpa para lançar um satélite de reconhecimento”, reclamou Lim Soo-suk, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Coréia do Sul.
“Instamos fortemente a Coréia do Norte a cancelar imediatamente seus planos de lançamento”, completou Lim.
Outras investidas da Coreia do Norte
Quando perguntado sobre o satélite espião da Coreia do Norte, Han Sung Geun, porta-voz do Estado-Maior Conjunto da Coréia do Sul, disse que o país está monitorando as “provocações” do vizinho.
Isso porque, além do novo satélite, existem vários outros equipamentos que foram anunciados por Kim Jong-un em suas declarações públicas.
Noutros momentos, o líder norte-coreano prometeu armas ainda mais tecnológicas e ameaçadoras, como mísseis balísticos intercontinentais de propulsor sólido, submarinos movidos a energia nuclear, mísseis hipersônicos e mísseis de várias cabeças de guerra.
Entre 2012 e 2016 a Coreia do Norte já havia lançado outros satélites, mas que foram desconsiderados por serem considerados de baixo alcance e apenas para mapeamento.
Segundo especialistas, os satélites norte-coreanos têm tecnologia arcaica e não são capazes sequer de enviar imagens captadas de volta ao país.
Entretanto, desde 2022 o país de Kim Jong-un vem intensificando exercícios nucleares de defesa e ataque, bem como testes com novas armas, o que tem preocupado a comunidade internacional.
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