Prioridade à educação transformou ‘tigres asiáticos’ em fornecedores de tecnologia ao Brasil

Coreia do Sul e Singapura lideram avaliação educacional para alunos de 15 anos; país está perto da 'lanterna'

A lição mais importante da vida, aprender, começa em casa e desde cedo. A máxima existencial remete à experiência bem-sucedida dos ‘tigres asiáticos’ Singapura e Coréia do Sul, que deram prioridade absoluta à Educação, e agora vendem semicondutores e demais componentes de alta tecnologia ao Brasil.

Superando divergências políticas e ideológicas, os ‘tigres’ citados elevaram o setor educacional ao status de projeto de Estado, que serviu de base para, além de reduzir desigualdades sociais, acelerar o crescimento econômico, de forma a criar condições para a formação de uma ‘juventude empreendedora vitoriosa’.

Como exemplo desse ‘case’ exemplar, basta dizer que a renda per capita sul-coreana saiu de US$ 100, em 1963, para US$ 42,5 mil, no ano passado, enquanto a renda cingapuriana foi catapultada de US$ 428 para impressionantes US$ 72.794,00, guindando a pequena ilha asiática à posição de quarto país mais rico do planeta!

Em contraste com essa visão ‘sábia’ do futuro, no Brasil, predomina a miopia das estratégias de planejamento no longo prazo, que padece da doença crônica de ‘descontinuidade política’, pela qual é visto como ‘avanço’, a prática política de ‘destruir’ aquilo que o gestor anterior realizou.

Referência mundial em educação, o indicador Pisa atestou a posição vergonhosa da pátria tupiniquim, que ocupa as últimas colocações (55ª), entre 79 nações, para alunos de 15 anos, em matéria de ciências, matemática e leitura, na companhia de Colômbia, Argentina e Bósnia. Em contraponto, Coréia do Sul e Singapura lideram o ranking.

A excelência de ensino em Singapura é reflexo do que chamou o acadêmico singapuriano Christopher Gee, de uma ‘corrida armamentista educacional’, que consiste numa parceria permanente entre os setores público e privado, por conta do direito do aluno a tutores particulares e escolas preparatórias, tendo em vista assegurar uma escolaridade altamente competitiva. Atualmente, oito em cada grupo de dez alunos do ensino fundamental dispõem de aulas particulares.

Confira alguns números da educação em Singapura:

  • 60% do ensino médio e 80% dos alunos em idade de ensino fundamental têm aulas particulares.
  • 40% dos alunos de pré-escola têm aulas particulares.
  • Alunos de pré-escola, em média, frequentam duas horas de aulas particulares por semana, enquanto as crianças em idade escolar estão cursando, em média, pelo menos três horas por semana.

Como presságio de crises políticas, que acometem, tanto países ricos quanto em desenvolvimento, como o nosso, o filósofo grego Pitágoras (570-495 a.C.) profetizou: “Eduquem as crianças, e não será necessário punir os adultos”.

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