Pronomes ‘te’ e ‘lhe’: dicas para NUNCA mais errar na hora de usá-los
Esses são dois tipos de pronomes oblíquos átonos que são muito confundidos entre si.
A escolha entre os pronomes “te” e “lhe” muitas vezes gera dúvidas, especialmente em contextos informais. No dia a dia, é comum não diferenciarmos tais pronomes ou até mesmo não os usarmos corretamente.
O pronome “te”, por exemplo, é frequentemente empregado em combinação com o pronome de tratamento “você”, isso, no entanto, pode levar a erros de concordância.
Na sequência, vamos abordar as características de cada pronome para evitar confusões. Mas, primeiros, falaremos sobre os pronomes oblíquos átonos, categoria à qual pertencem o “te” e “lhe”
Idioma apresenta palavras que geram muita confusão devido à semelhança no som e no contexto (Imagem: Reprodução)
O que são pronomes oblíquos átonos?
Na língua portuguesa, os pronomes oblíquos átonos desempenham um papel crucial na estruturação das frases. Sem a necessidade de preposição, eles são utilizados como complementos e enriquecem a comunicação escrita e falada; são eles:
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Me;
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Te;
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Se;
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O;
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Os;
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A;
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As;
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Lhe;
-
Lhes;
-
Nos.
Cada um tem a sua função específica dentro de uma oração, ao desempenhar papéis variados conforme o contexto.
Objeto direto e objeto indireto
Os pronomes oblíquos átonos podem atuar como objetos diretos e indiretos. Quando são objetos diretos, complementam verbos transitivos diretos — aqueles que não precisam de preposições entre verbo e complemento —, como em:
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“Eu o esperei por anos” ou “Eu esperei ele por anos”, não há preposição alguma entre o verbo “esperar” e o complemento “ele”.
Já como objetos indiretos, os pronomes oblíquos átonos completam verbos transitivos indiretos — aqueles que exigem preposições entre verbo e complemento —, por exemplo:
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“Ela não lhe obedeceu” ou “Ela não obedeceu a ele”, entre o verbo “obedecer” e o complemento “ele”, há uma preposição.
Adjunto adnominal e complemento nominal
Além de objeto, os pronomes também funcionam como adjuntos adnominais e complementos nominais. No caso de adjunto adnominal, aparecem na estrutura verbo + pronome + substantivo, como em:
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“Roubaram-lhes os passaportes”.
Enquanto complemento nominal, os pronomes oblíquos átonos complementam adjetivos, advérbios ou substantivos abstratos:
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“Sou-te fiel”.
O pronome “te”
O “te” é usado em verbos transitivos diretos é um pronome pessoal, correspondente à segunda pessoa do singular, “tu”. Por isso, deve ser empregado quando o verbo está na segunda pessoa do singular, por exemplo:
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“Arrependeste-te?”.
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“Ele te deu um livro”.
Formas de uso do “te”
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A ti: “Ele te deu um livro”.
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Em ti: “Bateram-te com muita força?”
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Para ti: “Mandou-te muitos beijos?”
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De ti: “Cobraram-te caro?”
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A ti mesmo: “Proclamaste-te líder?”
Além disso, “te” pode ter função possessiva, como em “Arde-te os olhos”, significando “os teus olhos ardem?”.
O pronome “lhe”
Diferentemente de “te”, o pronome “lhe” se refere à terceira pessoa do singular, “ele” ou “ela”. Seus significados incluem “dele(a)”, “nele(a)”, “para ele/ela”, “a ele/ela”, entre outros. Por isso, é usado com verbos transitivos indiretos, por exemplo:
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“Eu lhe disse tudo” ou “Eu disse a ele tudo”.
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“Eu lhe enviei a mensagem” ou “Eu enviei a ele/ela a mensagem”.
Nesse segundo caso, pode parecer ambíguo, pois muitas vezes as pessoas usam “lhe”, na segunda pessoa, mas este é um emprego incorreto do pronome.
Porém, é importante notar também que “lhe” é empregado junto aos pronomes de tratamento, como “você”, “vossa mercê” e “o senhor”. Frequentemente, o uso informal leva à confusão ao combinar “você” com “te”.
Para evitar erros, lembre-se de que, em contextos formais ou que exigem precisão, é crucial empregar corretamente “te” e “lhe”. Tais orientações ajudam a manter a clareza e a propriedade nos textos escritos em português.
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