6 Expressões racistas que podem ainda fazer parte do seu vocabulário; elimine-as

A consciência social da origem do nosso idioma faz parte das lutas contra o racismo.

Nesse último domingo, 20, foi o Dia Nacional da Consciência Negra. Pensando nesse assunto te convidamos a repensar sobre o uso de alguns termos e expressões que reafirmam o racismo.

Algumas pessoas não sabem a origem de muitas palavras e expressões que utilizam atualmente. No ano passado, a Defensoria Pública da Bahia lançou o Dicionário de Expressões (Anti) Racistas, a fim de conscientizar as pessoas. Confira algumas, nesse artigo!

Leia mais: Caso abre discussão sobre a diferença entre racismo e injúria racial

Expressões do período de escravização ainda estão presentes na sociedade

Separamos algumas das expressões racistas disponíveis no dicionário.

  • “Cabelo ruim”– ao se referir a um cabelo crespo ou cacheado;
  • “Mercado negro, magia negra, humor negro e ovelha negra” – o uso da palavra  ‘negro’ de forma pejorativo;
  • “Boçal”– usado de forma agressiva para aqueles escravizados que não sabiam falar a língua portuguesa;
  • “Criado-mudo”: É o nome dado a um móvel que usualmente é colocado do lado da cama. O termo tem origem aos tempos passados quando eram usado escravos dentro da casa dos senhores brancos par ficar do lado da cama segurando coisas, e para não atrapalhar as pessoas da casa, o criado deveria não fazer barulho, ficando praticamente mudo;
  • “Preto de alma branca”: Uma triste tentativa de elogiar a pessoa preta no esforço de faze-la se sentir ‘melhor’ ao relacionar a pessoa branca.;
  • “Denegrir”: Esse expressão é ainda muito utilizada, significando caluniar ou difamar alguém. Sua origem vem do significado de que ‘tornar negro’ é algo que acaba manchando sua reputação.

Importância de abandonar termos racistas

No Brasil, os cidadãos negros representam 50% da população brasileira. Por isso, essas discussões são tão importantes, pois ajudam no reconhecimento histórico e redução do impacto atual.

O próprio uso da palavra negro tem significado ambíguo na sociedade, pois uma hora é forma de autoafirmação, outra é usado para reforçar uma atitude racista. Como, por exemplo, uma pessoa preta utiliza em sua narrativa– “eu sou um homem negro” –  e uma pessoa racista utiliza como forma de ofensa.

O Brasil é um país com múltiplas influências culturais, principalmente na língua. Porém, a influência das línguas africanas na formação do idioma é negligenciada, o que já representa uma grande demonstração de racismo.

Palavras como samba, bunda, cachimbo, acalanto, dengo, quiabo e bengala fazem parte do nosso vocabulário cotidiano e também do estudo gramatical da língua e não são apontadas como de origem ou influência africana. Além disso, algumas palavras são vistas como incorretas de acordo com a norma culta, seguindo as normas do português.

As escolas simplesmente não abordam conteúdos linguísticos africanos, assim como os indígenas e aos poucos vamos perdendo a diversidade da língua brasileira.

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