Qual o melhor exercício para combater a depressão? Estudo tem a resposta

Pesquisa publicada em revista médica britânica revela quais são as práticas realmente eficazes no combate à depressão.

O Brasil é o país com o maior número de casos de depressão na América Latina, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). O mapeamento aponta que 5,8% da população brasileira sofre da doença, o equivalente a cerca de 11,7 milhões de pessoas.

A alta incidência do transtorno mental frequente no país é resultado de uma série de fatores, como o difícil acesso a tratamentos de qualidade na rede pública de saúde, o forte estigma social e a inexistência de um protocolo de atendimento específico.

Para lidar com o chamado “mal do século”, existem algumas práticas com potencial para prevenir a doença ou complementar o efeito de tratamentos como medicamentos, como antidepressivos. É isso que mostra um estudo publicado em janeiro no “British Medical Journal”.

Melhores exercícios para combater a depressão

A pesquisa feita com 14.170 participantes concluiu que a prática constante de atividades físicas eleva a produção de neurotransmissores como serotonina e dopamina, indispensáveis para a sensação de bem-estar e relaxamento. O hábito também potencializa o efeito dos antidepressivos, uma vez que aumenta a oxigenação cerebral.

Os medicamentos do tipo Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS), como escitalopram, fluoxetina e sertralina, a princípio são os mais favorecidos pela combinação.

Segundo os pesquisadores, corrida, yoga e treinamento de força estão entre as atividades mais recomendadas no combate à depressão. As modalidades analisadas demonstraram vantagens semelhantes para pessoas em diferentes estágios da doença, embora haja variações baseadas no sexo e na idade dos pacientes.

Os homens, por exemplo, se beneficiam mais da combinação de exercícios aeróbicos, yoga e tai chi. Já para as mulheres, treinamento de força e ciclismo são as atividades mais eficazes.

O estudo não menciona a quantidade de horas diárias, semanais ou mensais de exercícios necessárias para obter os benefícios no combate à depressão. Contudo, mesmo um volume reduzido de repetições é suficiente para prevenir doenças e reduzir riscos.

Desafios na busca por tratamento

A OMS alerta que o número de pessoas com depressão tem aumentado no mundo inteiro, sobretudo em países de renda mais baixa. O transtorno atinge pessoas de todas as idades e faixas de ganho, mas o risco de ficar deprimido aumenta com fatores como pobreza, desemprego e morte de uma pessoa próxima.

Uma das principais barreiras na busca por tratamento é justamente a falta de atendimento especializado. Segundo pesquisa do Instituto República.org, existem apenas 19 psicólogos para cada 100 mil habitantes do Brasil no Sistema Único de Saúde (SUS).

O Ministério da Saúde afirma que atua para ampliar o atendimento em saúde mental e que presta atendimentos para pacientes com depressão na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Segundo a pasta, serão investidos R$ 414 milhões por ano para fortalecimento de 2.855 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e 870 Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT) existentes no país.

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