Quanto tempo nos resta? Estudo revela quando a vida na Terra chegará ao fim
Cientistas estimam que a Terra poderá sustentar vida por até 1,86 bilhão de anos.
Cientistas da Universidade de Chicago realizaram um estudo revelador sobre o futuro da vida na Terra. Liderados pelo geofísico RJ Graham, os pesquisadores apontam que o planeta pode abrigar vida por mais 1,86 bilhão de anos. Essa estimativa ultrapassa previsões anteriores e fornece uma nova perspectiva sobre o impacto do Sol na Terra.
A pesquisa, publicada no The Planetary Science Journal, evidencia como o ciclo de carbono será afetado pelo aquecimento solar. O aumento do brilho solar, embora lento, consegue acelerar a intemperização, um processo que reduz os níveis de dióxido de carbono. Isso ameaça a sobrevivência das plantas e, consequentemente, a de todos os seres vivos.
Nossa estrela-mãe pode também ser a nossa algoz – Imagem: reprodução/Pixabay/Pexels
A influência solar no ciclo de carbono
Com o passar do tempo, o Sol ganha 10% de brilho a cada bilhão de anos, o que influencia o aquecimento da Terra. Esse processo intensifica o intemperismo, em que rochas de silicato retêm CO₂, diminuindo sua quantidade na atmosfera.
Embora os vulcões reponham parte do gás, o calor solar é capaz de reduzir drasticamente o CO₂, ameaçando a vida vegetal.
Graham e sua equipe descobriram que o intemperismo não responde linearmente ao aumento das temperaturas. O processo pode desacelerar ou até reverter temporariamente, adiando a extinção das plantas terrestres. Isso representa uma esperança de prolongar a existência da vida vegetal no planeta.
Plantas C3 e C4 e impactos na cadeia alimentar
O estudo destaca que as plantas C3, que incluem árvores e arbustos, serão as primeiras a desaparecer, já que, em um ambiente mais quente, a fotossíntese dessas espécies se tornará ineficaz. Já as plantas C4, como a cana-de-açúcar e o milho, são mais resistentes e, consequentemente, vão dominar por 500 milhões de anos até também sucumbirem.
A diminuição da vegetação resultará em uma queda acentuada nos níveis de oxigênio, o que comprometerá a cadeia alimentar e afetará os animais.
No entanto, micro-organismos anaeróbicos poderão sobreviver até que o Sol provoque a evaporação das águas dos oceanos, o que encerrará a vida na Terra definitivamente.
Os cientistas reconhecem limitações nos modelos utilizados, que não consideram variáveis como o ciclo da água e os efeitos das nuvens. Logo, estudos futuros, com simulações mais complexas, são necessários para ajustes nas previsões. Se a vida em outros planetas for comum, tais hipóteses poderão ser testadas em futuras observações.
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