Quanto vale o Ford lançado em 1991, zerado e guardado por 20 anos?

Um carro guardado na garagem há 20 anos, em boas condições, não é algo que vemos todos os dias. Pelo tempo sem ser utilizado, imaginamos ser algo que encha os olhos dos colecionadores de carros antigos, e realmente o Ford Escort Fórmula 1991 está entre as relíquias da produção.

O primeiro dono da relíquia residia em Porto Alegre (RS) e comprou o carro assim que a Ford lançou, mas ficou impossibilitado de dirigir a nova compra por problemas graves de saúde. Enquanto enfrentava turbulências na vida pessoal, ele ir até o posto de gasolina para comprar combustível para não permitir que o motor do carro fosse prejudicado.

Reginaldo Gonçalves, o novo dono da relíquia desde 2011, disse que primeiro dono da raridade em quatro rodas não desapegou do veículo. A filha do gaúcho colocou o carro à venda somente quando o pai morreu e o colecionador Reginaldo de Campinas se interessou pela compra.

O interesse foi tão grande que o carro precisou ser levado do Rio Grande do Sul até São Paulo em um caminhão, somente para a quilometragem não ser alterada. O novo dono ficou impressionado, pois até os pneus estavam intactos e mostraram que os anos não foram suficientes para acabar com o Ford Fórmula.

O único detalhe desgastado era a tampa do tanque de combustível, justamente pelo fato do primeiro dono abastecer o veículo em casa. Para Reginaldo, esse foi o único “problema” que o carro apresentou. No mais, o carro estava intacto, com a quilometragem quase zerada e com capacidade para viver por muito mais tempo. Afinal, o que faz do Fórmula um veículo raro?

Por que o Ford Fórmula é tão raro?

A Ford lançou uma categoria especial do carro em 1991 e comercializou apenas 750 unidades no Brasil. O visual antigo e esportivo, adesivado na lateral, são belos exemplos que justificam a raridade do modelo. Além de tudo, foi o primeiro automóvel produzido com suspensão adaptativa no Brasil.

O motor é 1.8, gasolina, com cinco marchas de câmbio manual. Foram lançadas 375 unidades na cor vermelha e 375 no tom azul metálico. O modelo custou 10,3 milhões de cruzeiros em 1991 e, convertendo para o real, chega a R$ 300 mil.

Reginaldo Gonçalves manteve em sigilo o valor que pagou para tirar o carro de Porto Alegre, mas o especialista em leilões Joel Picelli fez a aposta: o modelo relíquia passou dos R$ 100 mil para ir em direção a São Paulo.