Quem eram? Múmias do Tarim são misteriosas até hoje

Para muitos, esse é o maior mistério arqueológico da história.

As múmias do Tarim, um dos maiores mistérios arqueológicos da história, foram encontradas na bacia do rio Tarim, na região de Xinjiang, noroeste da China.

As primeiras descobertas significativas ocorreram no final do século 19, mas foi nas escavações realizadas ao longo do século 20 que centenas de múmias começaram a ser desenterradas, revelando um fascinante passado.

Qual é a história das múmias do Tarim?

Tais múmias datam de um período entre 2000 a.C. e 500 a.C., e surpreenderam arqueólogos e historiadores por suas características únicas e bem-preservadas.

Notáveis por vários motivos, as múmias do Tarim apresentam características físicas marcantes, como cabelos loiros, ruivos e até castanhos, além de traços faciais caucasianos, bastante distintos dos povos nativos atuais da região.

Além disso, a preservação dessas múmias é impressionante, com roupas, cabelos e até detalhes faciais ainda intactos, proporcionando uma janela para o passado da bacia do Tarim.

Vale citar também os testes de DNA realizados nelas, que indicam que elas pertencem a um povo indígena antigo que habitou a região há milhares de anos.

No entanto, esses dados genéticos e anatômicos não são suficientes para explicar todas as complexidades e peculiaridades das múmias do Tarim. A verdadeira origem e cultura dessas pessoas ainda são um mistério.

Outros mistérios que envolvem as múmias do Tarim

É importante destacar que, tecnicamente, elas não são múmias no sentido tradicional, como as encontradas no Egito, que passaram por um processo deliberado de mumificação.

Uma das centenas de múmias encontradas na bacia do Tarim – Imagem: Instituto de Relíquias Culturais e Arqueológicas de Xinjiang/Reprodução

As múmias do Tarim são exemplos de uma “mumificação natural”, resultado das condições climáticas da bacia do rio Tarim.

Essa região é caracterizada por um clima extremamente árido e frio, com solos salinos que contribuíram para a preservação dos corpos.

A baixa umidade e as temperaturas extremas retardaram a decomposição, permitindo que os corpos se mantivessem notavelmente bem preservados, mesmo sem a adição direta de produtos químicos.

A identidade cultural dessas pessoas é um enigma. As roupas sofisticadas e variadas, feitas de lã, couro e outros materiais, bem como as características físicas das múmias, indicam uma cultura distinta e complexa.

Devido à falta de registros escritos ou outros artefatos que possam fornecer informações conclusivas, a origem cultural e étnica exata dessas pessoas permanece incerta.

Conflitos na região do Tarim

Além dos mistérios arqueológicos, a descoberta das múmias do Tarim está envolta em tensões políticas.

A região de Xinjiang, onde está localizada a bacia do Tarim, é habitada principalmente pelos uigures, um grupo étnico de origem turcomena que frequentemente tem conflitos com o governo central da China.

As descobertas arqueológicas na região são sensíveis, pois tocam em questões de identidade cultural e histórica, exacerbando as tensões entre os uigures e o governo chinês, que controla rigorosamente a narrativa sobre a história da região.

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