R$ 250 milhões em caixa: Americanas entra com recuperação judicial
Descoberto na semana passada, o rombo inicial era de R$ 20 bilhões, mas a dívida da Americanas subiu e chegou a R$ 43 bilhões.
Na última quinta-feira, 19, a Americanas S.A. formalizou um pedido de recuperação judicial. O financeiro da empresa terá o prazo de 60 dias, que é garantido por lei, para que o plano de recuperação financeira tenha início. Ao todo, a holding conta com apenas R$ 250 milhões disponíveis.
A empresa terá esses dois meses para conseguir montar uma estratégia para se recuperar.
O prejuízo da Americanas só cresce
Em caixa, a holding tem cerca de R$ 880 milhões neste momento, mas R$ 550 milhões foram bloqueados, logo há apenas R$ 250 milhões disponível. E ainda que não tivesse tido parte do dinheiro bloqueado, a dívida conta com 16.300 credores. Além disso, são R$ 43 bilhões que precisam ser pagos.
Ao receber o anúncio do rombo bilionário, a empresa retirou-se como patrocinadora do BBB 2023 e muito provavelmente não seguirá investindo no programa mediante a situação atual. A maior problemática, além de pagar tantos credores, está na sua recuperação no mercado após uma possível estabilização.
Os concorrentes da empresa estarão seguindo para o sucesso enquanto a Americanas estará presa às intensas tentativas de retomada. A recuperação judicial era esperada, pois a varejista entrou com urgência cautelar na penúltima sexta-feira, 13, para ficar livre da cobrança por parte de seus credores por um tempo.
Recuperação judicial não significa falência
Sim, o processo não é necessariamente para decretar falência, pois é semelhante a um tempo para “respirar” ainda em meio às dívidas. Ao entrar com a recuperação, a empresa tem 180 dias garantidos por lei para não ser cobrada pelo que deve. Em teoria, seria o tempo necessário para organizar as finanças e tentar lidar com as pendências.
Para isso, os mais de 16 mil credores precisam concordar com o posicionamento da Americanas. Todos ou pelo menos 50% deles. Caso a empresa consiga a aprovação do documento com mais de 8 mil credores, as outras empresas que foram contra ao posicionamento precisarão concordar com a recuperação mesmo assim.
A falência acontecerá apenas se a Americanas não conseguir alcançar ao menos 50% desses credores, o que dificultaria para a equipe gestora realizar a negociação de todas essas dívidas.
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