Rachel de Queiroz

Conheça a biografia e as obras da primeira mulher a entrar na Academia Brasileira de Letras

Jornalista, escritora e dramaturga, Rachel de Queiroz nasceu em no dia 17 de novembro de 1910 e ganhou diversos prêmios, entre eles o “Premio Camões”, o qual foi a primeira mulher a recebê-lo.

No Nordeste, além de colaborar com o jornal “O Ceará”, escreveu também para “O Povo” de Fortaleza. Quando mudou-se para o Rio de Janeiro, publicou no “Diário de Notícias”, “O Jornal” e a revista “O Cruzeiro”.

Em 1988 passou a escrever semanalmente para o “O Estado de São Paulo” e para o “Diário de Pernambuco”.

Além de professora, escritora, e jornalista, Rachel de Queiroz também escreveu peças para teatro, entre elas: “A Beata Maria do Egito”, que foi escrita em 1958 e recebeu o prêmio de teatro do Instituto Nacional do Livro.

Biografia de Rachel de Queiroz

Nascida em Fortaleza (CE) , Rachel de Queiroz é filha do advogado Daniel de Queiroz Lima e Clotilde Franklin de Queiroz, sendo que do lado materno tem parentesco com José de Alencar.

Tentando fugir de uma forte seca que assolava o estado, junto com a família Rachel se muda para o Rio de Janeiro em 1917. No entanto, em 1919 a família retorna para o Ceará.

Em 1921, Rachel ingressa no Colégio Imaculada Conceição e, em 1925, ou seja, com apenas 15 anos, se forma como professora, lecionando a matéria de História.

Em 1927, após enviar uma carta com o pseudônimo Rita de Queluz para o jornal “O Ceará” ironizando um concurso promovido pelo mesmo, Rachel foi convidada para colaborar com o jornal.

Primeiro livro e obras seguintes

Nessa mesma época, ela leciona História como professora substituta no colégio onde se formou, Imaculada Conceição. Três anos depois, em 1930, ela publica seu primeiro romance literário, “O Quinze”.

O livro expõe de maneira realista a seca de 1915 e a luta dos nordestinos para lidar com a miséria e a seca. O livro teve repercussão no Rio de Janeiro e recebeu elogios de pessoas como Mário de Andrade e de Augusto Schmidt.

A obra foi tão bem recebida pelo público que em 1931 ganhou o prêmio “Prêmio Fundação Graça Aranha”. Foi nessa mesma época que Rachel conhece o Partido Comunista, se torna militante e participa da implantação do partido no Nordeste.

Em 1932 a escritora se muda para o Rio de Janeiro, se casa com o poeta José Auto da Cruz Oliveira, com quem tem uma filha: Clotilde. A criança faleceu com 1 ano e 6 meses, vítima de septicemia.

Ainda no mesmo ano publica o livro “João Miguel” que também tem como enfoque a seca e o coronelismo no Nordeste. Em 1937 Rachel é presa por três meses por compartilhar de ideias esquerdistas.

Ainda em 1937, lança o livro “O Caminho das Pedras” no qual, aborda a problemática humana, mas deixa de lado os assuntos do Nordeste e passa a tratar de questões como: educação, agitações políticas e defende a participação das mulheres na vida pública.

Em 1939 se separa de José Auto da Cruz Oliveira e, um ano depois se casa com o médico Oyama de Macedo, com quem permaneceu até 1982, ano em que o médico falece.

Aos 82 anos, em 1992, Rachel lançou a obra “Memorial de Maria Moura”, que conta a história de uma órfã que se envolveu em uma briga com os primos por conta da herança. A obra foi adaptada para a televisão como minissérie, e foi sucesso de audiência.

Rachel faleceu em 4 de novembro de 2003, em sua casa no Rio de Janeiro, após um ataque cardíaco.

Academia Brasileira de Letras

Rachel de Queiroz integrou o quadro de sócios Efetivos da Academia Cearense de Letras, e foi eleita para a Academia Brasileira de Letras em 4 de agosto de 1977, quando venceu por 23 votos a 15, o jurista Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda.

A escritora foi a primeira mulher a entrar na Academia Brasileira de Letras, e ocupou a cadeira nº 5, no dia 4 de novembro de 1977, quando tomou posse.

Curiosidades sobre Rachel de Queiroz

Rachel sonhava em ser bailarina quando criança, por motivos físicos não conseguiu e ingressou na carreira de escritora por ser o que sabia fazer.

Outro ponto interessante a ser lembrado, é que entre as 40 obras traduzidas por Rachel estão livros de: Balzac, Jane Austen, Dostoiévski, Agatha Christie, Jack London, entre outros.

Rachel de Queiroz: Prêmios

No decorrer de sua vida Rachel recebeu diversos prêmios, entre eles:

  • Prêmio Machado de Assis, em 1957;
  • Prêmio Nacional de Literatura de Brasília, em 1980;
  • Título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Ceará, em 1981;
  • Medalha Rio Branco, do Itamarati, em 1985;
  • Prêmio Luís de Camões, em 1993;
  • Título Doutor Honoris Causa, pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, em 2000.

Frases de Rachel de Queiroz

A vida eu acho que ensina surrando…

A piedade supõe uma condição de superioridade e a gente só pode se compadecer de quem sofre mais do que nós.

Fala-se muito na crueldade e na bruteza do homem medievo. Mas o homem moderno será melhor?

Doer, dói sempre. Só não dói depois de morto. Porque a vida toda é um doer.

Não é preciso pressa na literatura. Um romance é como gravidez: aquilo fica dentro de você, crescendo, incomodando, até sair.

Obras de Rachel de Queiroz

  • O Quinze (1930)
  • João Miguel (1932)
  • Caminho de Pedras (1937)
  • As Três Marias (1939)
  • Três romances (1948)
  • A Donzela e a Moura Torta, 1948
  • O Galo de Ouro (1950)
  • Lampião (1953)
  • A Beata Maria do Egito (1958)
  • Cem Crônicas escolhidas (1958)
  • Quatro Romances (1960)
  • O Brasileiro Perplexo (1964)
  • O Caçador de Tatu (1967)
  • O Menino Mágico (1969)
  • Seleta (1973)
  • Dora Doralina (1975)
  • As Menininhas e Outras Crônicas (1976)
  • O Jogador de Sinuca e Mais Historinhas (1980)
  • Cafute e Pena-de-Prata (1986)
  • Memorial de Maria Moura (1992)
  • Andira (1992)
  • As Terras Ásperas (1993)
  • Cenas Brasileiras (1995)
  • Teatro (1995)
  • Nosso Ceará (1997)
  • Tantos Anos (1998)
  • Falso Mar, Falso Mundo (2002)
  • Memórias de Menina (2003)
  • Pedra Encantada (2011)
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