Recorde no Japão: maioria dos solteiros com menos de 50 anos nunca namorou
Pesquisa revela que mais de um terço dos adultos solteiros abaixo dos 50 anos nunca teve um relacionamento romântico.
Uma pesquisa recente da Recruit Holdings Co. revelou um dado surpreendente: mais de um terço dos adultos solteiros no Japão, com idades entre 20 e 40 anos, nunca experimentaram um relacionamento amoroso.
Esse número atingiu um patamar recorde de 34,1%, sinalizando uma tendência preocupante para as autoridades japonesas que lidam com a baixa taxa de natalidade e escassez de mão-de-obra.
Mudanças culturais e desafios socioeconômicos
A pesquisa, realizada em setembro e divulgada recentemente, abrangeu 1.200 adultos solteiros que nunca se casaram. Além disso, revelou que 25,6% desse grupo não tem interesse em se casar, uma porcentagem que aumentou notavelmente em relação aos anos anteriores, refletindo um desinteresse crescente nas instituições tradicionais de relacionamento.
Entre os entrevistados mais jovens, especialmente na faixa dos 20 anos, quase um quarto deles expressou que ter um relacionamento amoroso é considerado uma perda de tempo e dinheiro.
Esse sentimento, antes mais prevalente entre os homens, tem crescido entre as mulheres, chegando a 23,6% entre as entrevistadas na faixa dos 30 anos, um aumento significativo em comparação com os 14,6% registrados no ano anterior.
Imagem: iStock/reprodução
Razões variadas motivam essa tendência: para os homens, a pressão financeira foi o principal motivo citado (42,5%), enquanto as mulheres destacaram o desejo de preservar sua liberdade e independência (40,5%) como fator determinante para não buscar o casamento.
Apesar de 46,1% dos entrevistados ainda expressarem o desejo de se casar eventualmente, essa porcentagem tem declinado consistentemente desde 2017, indicando uma mudança cultural significativa nas aspirações e prioridades dos jovens japoneses.
A cultura japonesa tem se deparado com um aumento marcante no número de adultos solteiros, levando à popularização dos termos “herbívoros” e “carnívoros” para descrever os comportamentos em relação aos relacionamentos. Os herbívoros, caracterizados por sua aparente falta de interesse em parceiros românticos, são vistos como sintomas de uma mudança cultural mais ampla.
Especialistas alertam para os fatores socioeconômicos subjacentes a essa tendência, mencionando que aqueles que não se interessam por relacionamentos têm mais probabilidade de possuir menor renda e educação, criando um contexto complexo para entender a estagnação do mercado de namoro no Japão.
As implicações econômicas da pandemia também podem agravar a situação, potencialmente reduzindo ainda mais o interesse dos jovens adultos em buscar relacionamentos românticos.
O futuro do namoro no Japão parece estar intrinsecamente ligado não apenas a fatores culturais, mas também a questões socioeconômicas mais amplas que desafiam a tradicional busca pelo casamento.
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