Robôs no mercado de trabalho: humanos realmente são vítimas da automatização?
Manchetes que apontam para desemprego generalizado por conta de robôs são exageradas e alarmistas, sugere estudo.
A pandemia de Coronavírus deixou muitos empregados em situação de vulnerabilidade. A taxa de desligamento aumentou exponencialmente em todo o planeta, devido aos prejuízos econômicos em diversos setores. Com a recuperação econômica, um novo medo parece estar perturbando os trabalhadores: a possibilidade de ter seus empregos tomados por robôs. Porém, segundo estudo realizado pelo sociólogo Eric Dahlin, professor da Universidade Brigham Young, isso não deve ser motivo de pânico. Entenda:
Robôs no mercado de trabalho
Há muitos anos discutem-se a automação e a substituição do humano por robôs. Entretanto, manchetes recentes estão apontando para um futuro breve, em que há uma iminente substituição da manufatura por robôs altamente tecnológicos. O que vimos, segundo a pesquisa, não indica necessariamente isso. Saiba mais:
O que diz o estudo?
Publicado na revista de sociologia Socius: Pesquisa Sociológica para um Mundo Dinâmico, o estudo demonstra que apenas 14% dos trabalhadores viram sua função ser completamente substituída por máquinas. Destaca-se que aqueles que tiveram uma mudança de algumas funções ou de cargo devido à introdução de um robô exageram em cerca de três vezes o efeito de robôs no desemprego.
Como o estudo foi realizado?
Dahlin entrevistou 2.000 trabalhadores acerca de suas percepções sobre a perda de empregos para máquinas. Para isso, foi perguntado a eles qual a porcentagem de funcionários que perderam seus empregos para robôs. Após isso, eles foram separados em 2 grupos: o primeiro grupo corresponde a empregados que não tiveram funções substituídas por robôs e o segundo grupo corresponde a empregados cujas funções foram parcialmente ou totalmente substituídas por robôs.
E quais os resultados?
Pessoas do primeiro grupo (que não foram substituídas por robôs) afirmaram que, em média, 29% dos empregos foram substituídos por robôs. Por sua vez, pessoas do segundo grupo (cerca de 14% dos 2.000 entrevistados) estimaram que 47% de todos os empregos foram substituídos por robôs.
Dessa forma, quem não teve funções repassadas para máquinas superestimou em 2x o poder de robôs “roubarem” empregos, e quem já teve funções substituídas superestimou o resultado em cerca de 3x.
Robôs como auxiliadores
Segundo conclusões tiradas a partir do estudo, os robôs são mais objetos que auxiliarão do que serão capazes de substituir completamente o trabalho humano. Dessa forma, por exemplo, é possível que um robô varra o ambiente enquanto pessoas do setor de limpeza lidam com prateleiras ou objetos que precisem de maior cuidado.
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