Saiba como a IA consegue clonar uma voz e entenda porque isso é PERIGOSO

Inteligências Artificiais usam "deep learning" para aprender padrões e reproduzi-los e isso deve acender um alerta na humanidade. Entenda porquê!

Se você navegou pelos feeds do Instagram ou do TikTok nos últimos meses, deve ter notado um fenômeno surgindo: artistas internacionais cantando músicas de artistas nacionais ou cantores interpretando canções de outros.

Vimos Ariana Grande cantando Anitta e Calcinha Preta, Lady Gaga entoando música gospel e Rihanna empenhando-se para cantar Alcione.

Tudo isso acontece por meio da clonagem de voz usando Inteligência Artificial (IA). E, embora possa ser considerado engraçado e pitoresco pela inusitada natureza, acende um alerta para os especialistas.

Até onde essa tecnologia de clonagem de voz pode ir? E, principalmente, pode nos afetar? Entenda!

Hey, Siri!

As assistentes virtuais, como a Siri, a Alexa, e até aquela gentil mulher que lê as traduções do Google Translator, utilizam um sistema de IA para reproduzir vozes reais.

Os modelos de voz gravam fonemas e, a partir desses padrões sonoros, os dispositivos constroem palavras e frases. É uma técnica chamada Deep Learning (ou “aprendizado profundo”, em tradução livre).

Além disso, tais softwares empregam Machine Learning (ou “aprendizado de máquina”) com uma rede neural artificial para refinar o processo. Sem contar a imensa base de dados à qual os softwares têm acesso.

Esta tecnologia tem evoluído muito nos últimos anos e de forma bastante rápida.

Se você for velho o suficiente e tiver uma boa memória, lembrará como era a voz da Siri em seu lançamento. Há um salto gigantesco para como ela nos responde agora.

Isso é cada vez mais natural e, em alguns casos, até consegue transmitir certa emoção. Como exemplos de evolução temos os softwares LOVO e Vall-E.

Ariana Grande da pisadinha

O rápido avanço dessa tecnologia, bem como sua facilidade e popularização, tem permitido que pessoas comuns comecem a produzir versões e paródias de artistas cantando músicas fora de seu repertório.

Nesse balaio, colocamos as versões já citadas de Ariana Grande cantando faixas que vão do funk à pisadinha. Ouça um exemplo abaixo:

Apesar de gerar memes e entretenimento nas redes sociais, esse tipo de conteúdo abre uma discussão acerca dos direitos autorais das vozes dos artistas e de suas composições.

Por enquanto, as IAs estão sendo empregadas para promover risos. No entanto, podem estar a um passo de provocar lágrimas.

É você? Sou eu? É robô?

Especialistas alertam para o uso de softwares que clonam vozes com o intuito de aplicar golpes. Esse é um dos principais riscos associados à popularização, facilidade e avanço dessa tecnologia.

Ela pode fazer com que um político diga algo que nunca sequer pensou em verbalizar, por exemplo. É uma preocupação latente, haja vista que as eleições nos Estados Unidos acontecerão no próximo ano, bem como as eleições municipais no Brasil.

Além disso, se hoje essa já é uma tecnologia avançada, nem podemos supor como ela estará em 2026, quando teremos eleições presidenciais aqui no Brasil.

Outro perigo é a possibilidade de utilizar um clone de sua voz em IA para aplicar golpes, como o famoso “golpe do falso sequestro”.

Como identificar uma voz clonada por IA?

Detalhes fazem toda a diferença. As vozes artificiais, apesar de serem bem parecidas, ainda não conseguem expressar emoções com muita fidelidade. Além disso, possuem um “tom robótico” bastante suave, se você ouvir com atenção.

Também se deve desconfiar quando a voz é “perfeita demais”, sem sinais de gagueira, falhas ou rouquidão. Em caso de dúvida, o site AI Voice Detector pode ser muito útil. Ele é capaz de distinguir quando uma voz é verdadeira ou não.

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