Saúde e abstinência: cérebro requer 7 meses sem álcool para esquecê-lo

Os resultados positivos da abstinência começam a aparecer logo nos primeiros dias, mas somente após 7 meses que o corpo se vê distante do álcool.

Em um intrigante estudo conduzido pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, pesquisadores se debruçaram sobre os efeitos notáveis da abstinência de álcool no córtex cerebral, revelando uma perspectiva promissora.

Observou-se que, logo nos primeiros dias sem consumo excessivo de álcool, os indivíduos começam a colher benefícios tangíveis, experimentando uma melhora gradual em diversas funções corporais.

Surpreendentemente, em um prazo relativamente curto, muitas funções do corpo retornam ao seu estado normal, a menos que existam sequelas hepáticas significativas.

Os resultados apontam para uma recuperação notável, especialmente no que diz respeito ao cérebro. Após sete meses de abstinência, os pesquisadores sugerem que o órgão vital está prestes a atingir uma recuperação de quase 100%.

O foco da pesquisa foi direcionado ao córtex cerebral. O estudo revelou que o uso excessivo de álcool contribui para a redução do volume e o estreitamento dessa região, impactando adversamente as funções cognitivas.

Assim, a jornada de recuperação não promete apenas benefícios imediatos, mas também aponta para uma restauração significativa da saúde cerebral ao longo do tempo, proporcionando esperança e incentivo àqueles que buscam superar os efeitos prejudiciais do abuso de álcool.

A abstinência do álcool

Aprofundando a investigação, o estudo contou com 88 pacientes diagnosticados com o Transtorno do Uso de Álcool (AUD), encorajando-os a interromper o consumo de bebidas alcoólicas.

Esses participantes foram submetidos a três sessões de ressonância magnética ao longo da pesquisa: na primeira semana, no primeiro mês e, finalmente, após completarem sete meses de abstinência.

Em um intrigante contraste, as alterações no cérebro desses voluntários foram meticulosamente comparadas com as de 45 outros indivíduos que não enfrentavam problemas relacionados ao abuso de substâncias alcoólicas.

A pesquisa revelou que, em pessoas diagnosticadas com o Transtorno que estavam hipertensas ou com níveis elevados de colesterol, o processo de recuperação tendeu a se manifestar de maneira mais lenta em comparação à média.

A presença desses fatores de saúde adicionais parece influenciar a dinâmica de regeneração, prolongando o tempo necessário para que o corpo e o cérebro atinjam plenamente sua restauração.

Outro componente relevante que contribuiu para a desaceleração da recuperação foi o tabagismo.

Aqueles que mantiveram o hábito de fumar enfrentaram desafios adicionais durante o período de abstinência de álcool, sugerindo uma interação complexa entre o consumo de tabaco e os processos de restauração do corpo.

Os autores do estudo destacam que os dados obtidos fornecem informações clinicamente relevantes sobre os efeitos positivos da abstinência prolongada na morfologia do cérebro humano.

Essa descoberta não apenas apresenta implicações promissoras para aqueles que buscam interromper o consumo de álcool, mas também pode servir como estímulo adicional para esse processo.

Para uma observação ainda mais abrangente, questões genéticas e a prática regular de atividade física não foram abordadas pelos pesquisadores.

Embora essas variáveis não tenham sido consideradas no levantamento, os autores sugerem que uma análise posterior pode revelar insights adicionais, especialmente em relação à importância dos exercícios no processo de recuperação.

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