Se o português é difícil para muitas crianças, ESTE método pode ser a virada de chave
Baseado na associação entre letras e sons, método visa desenvolver a consciência fonológica das crianças.
Em busca de métodos mais eficazes, a 1ª Conferência Nacional de Alfabetização Baseada em Evidências (Conabe) destacou a abordagem fônica como a mais efetiva. Organizada pelo Ministério da Educação (MEC), a conferência reuniu especialistas que discutiram a necessidade de revisitar práticas educacionais.
O cérebro humano, naturalmente inclinado à fala, não aprende leitura e escrita de forma intuitiva. Métodos como o ensino fônico, que oferecem um aprendizado sistemático e direto, mostram-se mais rápidos e eficazes. Em contraste, abordagens construtivistas, que dependem do “descobrimento”, podem resultar em aprendizado lento e em lacunas educacionais.
O currículo escolar brasileiro frequentemente ignora tal estrutura passo a passo, algo fundamental para o progresso educacional das crianças.
Crianças podem aprender Língua Portuguesa de maneira mais fácil e efetiva com esse método (Imagem: Shutterstock)
Método fônico: um caminho promissor
Apesar de raramente adotado no Brasil de maneira sistemática, o método fônico é visto como promissor. Essa abordagem de alfabetização se concentra na associação entre letras e sons e assim promove uma compreensão mais profunda do alfabeto.
Desse modo, tal técnica, diferentemente de outras, enfatiza a consciência fonológica — a ideia é que, ao reconhecer os sons das letras, as crianças aprendem a formar sílabas e palavras.
O método fônico é classificado como um método sintético, ao ensinar a ler e escrever utilizando o código alfabético. Esse código é um conjunto de regras que define como os sons estão relacionados às letras, e, através dele, as crianças desenvolvem a capacidade de reconhecer e manipular os fonemas.
Principais benefícios:
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Fomenta a habilidade de leitura fluente e precisa;
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Melhora a compreensão auditiva das crianças;
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Desenvolve uma base sólida para a expressão escrita.
Assim, ele beneficia tanto crianças de contextos socioeconômicos vulneráveis quanto aquelas de famílias mais abastadas. Pesquisadores internacionais e nacionais apresentaram dados na Conabe que apoiam essa abordagem.
Especialistas renomados
Todos os participantes presentes na Conabe frisam a necessidade de modernizar a alfabetização. Entre os pesquisadores estrangeiros estavam:
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Catherine Snow, especialista em linguagem e desenvolvimento literário na infância, de Harvard;
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Kenneth Pugh, neurocientista e diretor de Pesquisa no Haskins Laboratories;
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Linnea Ehri, psicóloga especializada em alfabetização.
Já os representantes brasileiros foram:
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Ana Luiza Navas, professora do Curso de Fonoaudiologia na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP);
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Augusto Buchweitz, doutor e pesquisador do Instituto do Cérebro e professor da Escola de Ciências da Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS);
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Fernando Capovilla, psicólogo e professor na Universidade de São Paulo (USP);
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Luiz Carlos Faria da Silva, Luiz Carlos Faria da Silva, professor adjunto do Departamento de Fundamentos de Educação da Universidade Estadual de Maringá (UEM);
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Vitor Haase, professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais.
Desafios e soluções na formação de educadores
Cláudia Costin, professora na faculdade de Educação de Harvard, destacou a importância da formação contínua dos docentes.
Para ela, a formação e o acompanhamento do mesmo educador ao longo dos anos iniciais são fundamentais. Além disso, a atratividade da carreira no ensino deve ser melhorada, com salários e o reconhecimento adequados.
Política Nacional de Alfabetização e metas internacionais
Lançada em agosto de 2019, a Política Nacional de Alfabetização (PNA) foca seis componentes essenciais:
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Compreensão de textos: tópico voltado à interpretação correta de conteúdos escritos e orais;
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Consciência fonêmica: ensino dos sons de letras, sílabas e palavras aos alunos;
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Desenvolvimento de vocabulário: incentivo aos alunos para procurarem e aprenderem novas palavras;
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Fluência em leitura oral: treinamento da leitura de textos em voz alta de modo claro;
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Instrução fônica sistemática: compreensão da relação entre as letras e seus sons;
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Leitura e escrita: foca em fazer o aluno entender essas atividades como componentes da comunicação, e não apenas conteúdos técnicos, além de também se voltar para o treino e o desenvolvimento dessas habilidades.
O Brasil também participou do Estudo Internacional de Progresso em Leitura (PIRLS, na sigla em inglês), exame internacional que avaliou a leitura de alunos do 4º ano, ao comparar resultados com países como Estados Unidos e Portugal.
As discussões e dados apresentados na Conabe serviram como base para o Relatório Nacional de Alfabetização Baseada em Evidências (Renabe). Esse documento foi divulgado em abril de 2020 pelo MEC e é uma iniciativa que busca reformular práticas educativas para melhorar a alfabetização em escala nacional.
* Com informações do portal Gazeta do Povo.
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