Seca em Manaus revela artes MILENARES nunca antes vistas; confira detalhes

Ocasionado pela maior seca em mais de 100 anos, o achado desvenda arte pré-histórica às margens do rio Negro.

A cidade de Manaus, localizada no coração da exuberante Floresta Amazônica, guarda segredos arqueológicos surpreendentes que raramente vêm à luz do dia.

Com a seca excepcional que assolou o Amazonas em 2023, um sítio arqueológico e geológico nas margens do rio Negro, conhecido como Lajes, revelou um tesouro ancestral.

Gravuras rupestres em forma de rostos humanos, submersas por anos, ressurgiram, proporcionando um vislumbre fascinante da história pré-histórica da região.

A descoberta surpreendente

Localizadas na área do “Encontro das Águas”, as gravuras nas paredes rochosas das Lajes foram avistadas pela última vez durante a seca de 2010.

Com a atual estiagem, considerada a mais intensa em mais de um século, as águas do rio Negro recuaram o suficiente para expor essas antigas obras de arte.

As “carinhas” misteriosas, estimadas por especialistas em 1.000 a 2.000 anos de idade, são conhecidas como petróglifos, uma forma de comunicação visual de povos antigos.

(Imagem: Valter Calheiros/Reprodução)

O sítio das Lajes, que abriga tais gravuras, é um dos mais antigos registros de Manaus, incluso no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

No entanto, ao longo do tempo, grande parte desse patrimônio valioso desapareceu devido às ações humanas e aos projetos sem proteção adequada.

(Imagem: Valter Calheiros/Reprodução)

A seca excepcional permitiu que as gravuras “submersas” reaparecessem, revelando rostos humanos, animais e representações das águas, bem como evidências de antigas oficinas líticas onde as ferramentas para as gravuras eram confeccionadas no local.

Arqueólogos acreditam que tais desenhos tenham semelhanças com as encontradas no sítio arqueológico Caretas, no rio Urubu, e datam de 1.000 a 2.000 anos atrás.

A importância desses achados transcende a arte rupestre, fornecendo insights sobre as civilizações indígenas que habitavam a região há milênios.

(Imagem: Valter Calheiros/Reprodução)

No entanto, o sítio das Lajes enfrenta ameaças significativas, incluindo a degradação ambiental e a influência de empreendimentos que ainda não têm o devido projeto de proteção ao meio ambiente, como o projeto Porto da Lajes. A falta de proteção e estudos aprofundados também contribuem para o estado de abandono do local.

À medida que os petróglifos emergem mais uma vez, os esforços para preservar e estudar esse patrimônio cultural ganham importância renovada.

O período pré-histórico da região amazônica, guardada nas rochas das Lajes, oferece uma oportunidade única para compreender o passado e a rica herança das civilizações que habitaram essas terras antes de nós.

*Com informações do site Amazônia Real*

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