Segredo da redação nota mil no Enem: o que fazer e o que não fazer
Aprenda a estruturar sua redação do Enem corretamente e obter uma nota mil.
A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é um dos pontos decisivos da prova, e sua correta estruturação é essencial para alcançar uma boa nota.
Organizada em introdução, desenvolvimento e conclusão, com foco em uma proposta de intervenção, a redação segue um modelo que precisa ser respeitado.
Estrutura básica
A redação do Enem geralmente conta com quatro a cinco parágrafos. O ideal é que a introdução, o desenvolvimento e a conclusão sejam bem divididos, cada parágrafo com cerca de 6 a 8 linhas, garantindo uma leitura fluida e organizada.
Introdução
A introdução tem como objetivo contextualizar o tema da redação e apresentar a tese que será defendida ao longo do texto.
Para isso, recomenda-se o uso de repertório sociocultural, que pode incluir citações, fatos históricos ou referências literárias.
Por exemplo, ao tratar do trabalho de cuidadoras de idosos, pode-se começar com uma estatística para dar contexto:
“Conforme estudos demográficos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de idosos crescerá drasticamente nas próximas décadas. Nesse contexto, o trabalho de cuidado realizado pelas mulheres é fundamental para acolher essa parcela populacional”.
Com essa estratégia, o tema é introduzido de maneira clara e relevante. Em seguida, a tese precisa ser apresentada, como no exemplo abaixo:
“Todavia, a invisibilidade e a omissão estatal são desafios que perpetuam o descaso sofrido por essas trabalhadoras no Brasil”.
Aqui, o autor expõe a ideia central do texto, que será aprofundada nos parágrafos seguintes, mostrando desde o início a direção que a argumentação tomará.
Desenvolvimento
O desenvolvimento deve apresentar e sustentar os argumentos que comprovam a tese. A redação do Enem costuma ter dois a três parágrafos de desenvolvimento, cada um com um argumento diferente e bem-fundamentado.
É importante usar conectivos e introduzir dados ou citações de fontes confiáveis para fortalecer os pontos abordados. Veja um exemplo de parágrafo de desenvolvimento:
“Sob essa perspectiva, é crucial que a escassez de debates acerca da importância das atividades de assistência seja superada. A esse respeito, a ilustre filósofa Djamila Ribeiro defende que, para atuar em uma situação, deve-se, antes de tudo, tirá-la da invisibilidade”.
Nesse parágrafo, o autor usa uma citação relevante para sustentar o argumento sobre a invisibilidade do trabalho das cuidadoras, conectando-o diretamente ao tema principal.
É fundamental que os parágrafos de desenvolvimento sejam claros e organizados, tratando um argumento por vez. O autor segue o desenvolvimento de forma bem-estruturada como pode ser visto a seguir:
“Outrossim, vale ressaltar de que maneira a negligência do Estado fomenta a marginalização das cuidadoras. A partir disso, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman utiliza o termo ‘Instituição Zumbi’ para simbolizar as entidades que não cumprem seu papel previamente estabelecido”.
Aqui, o autor trabalha com outro argumento, usando novamente uma referência teórica para validar sua posição.
Esse tipo de construção demonstra conhecimento de repertório e organiza as ideias de forma coesa, o que é essencial para manter a coesão textual.
Conclusão
A conclusão do texto, além de resumir os pontos discutidos, precisa apresentar uma proposta de intervenção que responda adequadamente ao problema tratado, respeitando os direitos humanos e oferecendo soluções viáveis.
Uma proposta de intervenção bem-elaborada deve responder às perguntas:
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O que fazer?
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Quem deve fazer?
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Como será feito?
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E qual o objetivo?
Veja um exemplo de proposta de intervenção:
“Portanto, torna-se primordial mitigar a marginalidade do trabalho de cuidado realizado pelo gênero feminino. Dessa forma, o Ministério da Cidadania, enquanto responsável por políticas cidadãs, deve propagar dados e pesquisas que revelam a gravidade do esquecimento sofrido pelas cuidadoras, por meio de plataformas midiáticas de destaque, a fim de atingir o maior contingente possível e conscientizá-lo”.
Aqui, a proposta é clara e detalhada: o autor sugere a atuação do Ministério da Cidadania na divulgação de dados, especificando o agente responsável (Ministério), a ação (divulgação de dados), o meio (plataformas midiáticas) e o objetivo (conscientizar a sociedade).
Seguindo, o autor reforça a intervenção:
“Ademais, a coletividade, por intermédio do Ministério Público, precisa cobrar do Governo Federal ações efetivas de proteção ocupacional às empregadas domésticas, com o intuito de promover o labor digno a esses indivíduos”.
Tal intervenção propõe ações concretas e realistas, demonstrando conhecimento sobre os agentes envolvidos e o papel de cada um na solução do problema apresentado no texto.
O que evitar na redação do Enem
Alguns erros podem prejudicar a nota da redação do Enem, por isso é fundamental evitá-los.
Escrever em primeira pessoa
A redação do Enem deve ser impessoal. Evite expressões como “Eu acho” ou “Na minha opinião”, e prefira construções objetivas e diretas em terceira pessoa.
Uso de gírias ou informalidades
A linguagem deve seguir a norma culta da Língua Portuguesa. Palavras como “pra” ou “cara” (a gíria para se referir a alguém) não devem aparecer no texto.
Desproporcionalidade nos parágrafos
Mantenha o equilíbrio visual entre os parágrafos. Parágrafos muito curtos ou longos demais prejudicam a organização e a escaneabilidade do texto.
Falta de fonte em dados apresentados
Sempre que citar dados ou informações, é necessário referenciar a fonte para não perder credibilidade.
Letra ilegível
Ainda que a caligrafia não precise ser bonita, ela deve ser legível. A clareza é essencial para que o corretor compreenda o que foi escrito.
*Com informações de Gran Cursos e Guia do Estudante.
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