Segundo a Mattel o movimento de transformar seus produtos em filmes é "oportunidade imperdível"
O sucesso do filme live-action da Barbie parece ter entusiasmado a fabricantes de brinquedos. Saiba mais!
A Mattel, uma das mais renomadas empresas fabricantes de brinquedos, está vislumbrando oportunidades de franquia para todos os seus produtos.
Com o sucesso iminente do filme da “Barbie“, dirigido por Greta Gerwig, que trará a famosa boneca para o mundo humano em uma meta-comédia, a empresa percebeu que possui uma verdadeira mina de ouro em suas fábricas, pronta para conquistar Hollywood na próxima década.
A história da Barbie é inegavelmente poderosa, mas a Mattel não quer parar por aí. Até mesmo o grande J.J. Abrams, criador do icônico “Cloverfield” e produtor dos últimos filmes da franquia “Star Wars“, já está envolvido na criação de um filme baseado na linha de carrinhos de brinquedos “Hot Wheels”, e Vin Diesel planeja trazer os Rock ‘Em Sock ‘Em Robots para as telas como seu próximo empreendimento criativo.
A gigante dos brinquedos está fazendo incursões em Hollywood, mas como ela chegou lá?
Buscando histórias que tocam no emocional do público
(Imagem: Warner Bros./Reprodução)
Atualmente, propriedades intelectuais são o motor da indústria do entretenimento. Desde “Willy Wonka” até os inúmeros filmes e programas de TV da Marvel lançados quase todas as semanas, tanto as empresas quanto o público adoram consumir conteúdo com o qual já estão familiarizados. Richard Dickson, presidente e diretor de operações da Mattel, afirmou ao “The New Yorker” que a imersão da marca é tudo.
A Mattel, com sua ampla gama de marcas de brinquedos que moldaram a cultura das brincadeiras e alimentaram a imaginação infantil, compreendeu que precisava se adaptar à cultura em constante mudança, especialmente após a falência da “Toys R Us”, que resultou em uma perda de trezentos milhões de dólares para a empresa.
Ynon Kreiz, o CEO da Mattel, possuía um catálogo de entretenimento infantil que “perdia apenas para a Disney”. Para superar a perda financeira enfrentada pela empresa, Kreiz desenvolveu uma estratégia que levou a Mattel a se tornar uma máquina de criação e gerenciamento de propriedades intelectuais para alimentar franquias.
Embora essa ideia não fosse nova para a Mattel, a nova abordagem de Kreiz reduziria os riscos associados, como os ocorridos em 2008, quando a imprensa ridicularizou a ideia de adaptar jogos de tabuleiro como “Monopoly” e “Candy Land” para o cinema.
A partir de então, a Mattel passou a controlar os filmes criados com seus produtos, em vez de depender de estúdios como Warner Bros. ou Sony.
Embora “Barbie: O Filme” já esteja fazendo muito sucesso, com memes intermináveis e uma hashtag dominando o TikTok, a Mattel está em busca de maneiras de se envolver com cineastas de maneira amigável, conforme afirma Jeremy Barber, agente de Greta Gerwig e Noah Baumbach na UTA.
Com a nostalgia em alta, apostar em filmes baseados em brinquedos memoráveis parece ser uma escolha mais segura do que em conceitos originais.
Os diretores de “Lost City”, Adam e Aaron Nee, estão negociando a produção de um novo filme dos “Mestres do Universo”, brinquedos com os quais eles próprios brincaram e até fizeram pequenos filmes usando a câmera emprestada do vizinho.
Aaron Nee explicou ao The New Yorker: “Outro IP pré-estabelecido pode ser muito rígido, dogmático e inflexível… A parte atraente é que não estamos fazendo apenas a décima sequência. Parece que é nosso.”
Para muitos diretores que desejam fazer a transição de filmes independentes para grandes produções de estúdio, trabalhar com propriedades intelectuais e assumir riscos ousados que ainda respeitem a essência dessas marcas é exatamente o que a Mattel está buscando.
Adam Nee afirmou: “Um dos nossos principais objetivos, assim como o da Mattel, é construir uma grande franquia de escala global”.
Outros brinquedos com um enorme potencial (tanto pela nostalgia da infância quanto pela relevância atual nos memes) incluem UNO, Cabbage Patch Kids, American Girl Dolls e LEGO.
A Mattel sempre se orgulhou de conectar seus brinquedos ao que está acontecendo no mundo. No momento, as adaptações de propriedades intelectuais para as telas de cinema estão dominando o cenário.
Sería um grande erro se a Mattel não se arriscasse com cineastas promissores que amam os brinquedos com os quais estão trabalhando, criando histórias que possam cativar tanto adultos quanto crianças, e trazendo-os à vida de maneiras novas e emocionantes.
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