Índia deporta jovem com auxílio de informações do WhatsApp
O caso trouxe a suspeita de vigilância em massa à tona.
Recentemente, um caso de deportação na Índia chamou bastante atenção devido ao envolvimento do aplicativo de mensagens WhatsApp. Foi através do registro de ligações do aplicativo que as autoridades do país conseguiram encontrar a jovem Iqra Jeewani e, consequentemente, deportá-la. Com isso, discussões sobre a segurança do WhatsApp entraram em pauta com o objetivo de entender quão seguros os seus usuários estão.
WhatsApp protagoniza caso de deportação na Índia e sua segurança é debatida
Iqra Jeewani, jovem de 19 anos de nacionalidade paquistanesa, passou por um momento de tensão que talvez seja o mais marcante de sua vida. Depois de se envolver com um jovem indiano, ela decidiu viver ilegalmente com ele no país.
Contudo, o resultado dessa aventura amorosa não foi nada agradável, visto que ela foi localizada pelas autoridades da Índia, que a deportaram. No entanto, o que mais chamou atenção foi o envolvimento do WhatsApp na localização de Iqra.
O que motivou Iqra Jeewani a ir para a Índia?
Segundo o The Indian Express, foi em uma plataforma online, em 2019, que a jovem conheceu Mulayam Singh Yadav, indiano de 25 anos residente de Uttar Pradesh.
A partir daí, eles desenvolveram uma relação afetiva, onde acabaram se apaixonando e o encontro físico se tornou uma questão de tempo.
O tão sonhado encontro viria a acontecer 3 anos mais tarde, onde Iqra Jeewani decidiu fugir de casa para encontrar com seu amado no Nepal. Depois, o casal seguiu sua rota se estabelecendo na cidade de Bengaluru, na Índia.
Qual a participação do WhatsApp na deportação de Iqra Jeewani?
Para manter a “regularização” no país asiático, Iqra utilizou documentos falsos com a ajuda de Yadav. Consequentemente, ambos foram penalizados, onde a paquistanesa sofreu com a deportação e o seu namorado foi preso por ser cúmplice.
Todavia, os documentos falsos não foram a chave para a localização da jovem, mas sim o WhatsApp. Foi através de ligações que Iqra Jeewani frequentemente fazia para a sua família via WhatsApp que sua localização foi concebida.
O que acontece é que agências centrais de inteligência estranharam algumas ligações feitas para o Paquistão e reportaram a situação às autoridades locais.
Aliás, as movimentações das ligações receberam atenção máxima devido a uma reunião do G-20 que estava programada para acontecer no país.
Como as ligações foram percebidas?
Como é de conhecimento geral, o WhatsApp utiliza da criptografia ponta a ponta para proteger a privacidade dos usuários. No entanto, as informações sobre o usuário e suas atividades não são tão restritas assim.
Em outras palavras, o conteúdo de uma ligação é criptografado, mas as informações sobre ela (localização, minutagem, etc) são completamente acessíveis.
Vigilância em massa
Com isso, discussões sobre a segurança dos usuários começaram a ganhar força e a suspeita de vigilância em massa por parte das agências de segurança começou a surgir.
Segundo o pesquisador de segurança cibernética Srinivas Kodali, as instituições de segurança estão com total acesso à movimentação de ligações e rastreando os contatos.
Mesmo que não possuam o acesso ao conteúdo, elas sabem exatamente quem está se comunicando e onde, sendo um forte indício de vigilância em massa.
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