Sobe percentual de brasileiros inadimplentes por despesas com alimentação
Pesquisa mostra que brasileiros se veem incapazes de arcar com as despesas. Muito disso é graças à inflação que chegou aos serviços mais básicos e na alimentação.
Com o aumento da inflação, os brasileiros acabaram perdendo e muito o poder de compra que já não era dos mais admirados. O mais assustador é vê-la chegar ao setor alimentício. Nesse cenário, alguns consumidores se viram ficando inadimplentes justamente por não conseguirem arcar com os valores gastos com a alimentação da família.
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Os dados levantados pela Boa Vista, uma empresa de inteligência financeira e análise de crédito, mostrou que o percentual de quem ficou no vermelho por causa dos custos da alimentação chega a 18% esse ano.
Endividamento por gastos com alimentação é maior que por empréstimo
A mesma pesquisa mostrou que as despesas que mais levaram os consumidores à inadimplência foram as com contas diversas, como a educação, os impostos, saúde e lazer. Tudo isso chegou ao equivalente a 23%. As despesas com comida ficaram em segundo lugar com o percentual mais alto visto desde as pesquisas de 2017.
Outra gasto que levou e segue levando os consumidores ao endividamento é o empréstimo pessoal, pois este é responsável por 15% do total de pessoas com o nome sujo no momento. Embora pareça alto, o número está menor que o encontrado no segundo semestre do ano passado, por exemplo, visto que estava em 17%.
Quase 30% dos entrevistados relacionam a situação na qual se encontram ao fato de estarem desempregados. Essa justificativa aumentou em relação a 2021, onde se chegou a 27% no segundo semestre. Já 24% dos participantes da pesquisa responderam que estão devendo por causa da drástica diminuição na renda, um percentual que também está maior do que aquele encontrado no mesmo período do ano passado, que foi 21%.
De acordo com o economista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Flavio Calife: “O desemprego é historicamente a principal causa da negativação e segue como tal, apesar de as taxas estarem diminuindo nos últimos meses, segundo o IBGE”.
Entre os participantes que relataram uma situação de inadimplência, 63% disseram ter três ou mais contas com o pagamento atrasado. A maioria está com mais de 90 dias de atraso. Também é algo que não se via há algum tempo. Para 56% dos participantes, as dívidas ultrapassam o valor de R$ 3 mil. Em 2021, esse número representava 51%.
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