Startup japonesa cria 'clones digitais' que podem fazer seu trabalho e muito mais; entenda

Imagine só livrar-se de parte do seu trabalho graças a uma tecnologia de última geração? Isso já é realidade na terra do sol nascente.

Todo mundo já teve este pensamento: “se eu tivesse um clone, colocaria ele para trabalhar no meu lugar hoje”. O mesmo vale para encontros sociais e tarefas domésticas. Mas o que antes era um mero devaneio hoje já é uma realidade.

No Japão, as pessoas já podem ter seu próprio clone digital. Ele estará apto a fazer parte das suas tarefas do trabalho e também algumas aparições sociais, como reuniões via Zoom.

A novidade é oferecida pela startup Alt Inc, com sede em Tóquio. Para o criador da empresa, Kazutaka Yonekura, isso pode tonar a vida de todo mundo mais fácil e eficiente.

“Isso livraria você de toda a rotina que deve realizar amanhã, depois de amanhã e depois de depois de amanhã”, contou Kazutaka em entrevista à Associated Press (AP).

Mas o que, exatamente, são estes clones digitais?

São como avatares, só que hiper-realistas, como um gêmeo ou clone. Eles se parecem e falam exatamente como seus “alters” de carne e osso.

Os clones digitais podem fazer pequenas partes do nosso trabalho ou nos substituir em algumas reuniões. O criador da tecnologia cita dois exemplos práticos: fazer entrevistas preliminares para um recrutador e fazer uma rápida triagem de check-up para um médico.

Para criá-lo, a Alt Inc busca informações sobre a pessoa em redes sociais e registros disponíveis publicamente. Os dados são armazenados em um software e atualizados constantemente. Dessa forma, pode estar sempre realista.

Para o CEO da companhia, esta é uma tecnologia mais pessoal do que a Siri, a Alexa ou o ChatGPT. E, mais importante, segundo ele, o clone pertence a você, não à empresa que o criou.

Sucesso no Japão

Na terra do sol nascente, a maioria das pessoas acha os clones digitais extremamente agradáveis e gostam deles da mesma forma que gostam de personagens de anime, conforme publicado pela AP.

Kazutaka Yonekura, no entanto, acredita que eles não seriam tão populares assim nos países da América do Norte ou da Europa, por exemplo. Para ele, as diferenças culturais podem causar certo estranhamento à tecnologia.

“Nem sei quantas vezes me perguntaram: ‘por que precisa ser um clone pessoal e não apenas um representante digital?'”, contou ele à AP.

Quero um clone meu para ontem!

Então, se você quer adquirir um, pode tirar o escorpião da carteira. Por enquanto, essa tecnologia ainda é muito cara e, justamente por isso, acredita-se que ela vai demorar a se popularizar.

Hoje, cada clone digital custa em média 20 milhões de ienes, algo em torno de R$ 665 mil. Um preço muito salgado por um avatar à la Black Mirror.

Enquanto isso, muita gente acredita e investe na empresa que criou a novidade. Segundo a reportagem da Associated Press, a Alt Inc atraiu investimentos japoneses de mais de 6 bilhões de ienes. Trata-se de uma quantia expressiva, incluindo fundos de capital de risco.

Há ainda parcerias com universidades dos EUA e do Japão. Ou seja, essa tecnologia ainda pode dar o que falar. O que nos resta, até que seja mais acessível, é acompanhar.

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