Suécia estabelece novas diretrizes sobre uso de telas por crianças de até 2 anos
O governo do país recomenda que os pais evitem a exposição; risco é preocupante.
A Suécia deu um passo importante para proteger as crianças da exposição excessiva a dispositivos digitais.
Pela primeira vez, a autoridade de saúde pública do país emitiu recomendações específicas para limitar o uso de telas entre os pequenos, especialmente os menores de dois anos.
Essas novas diretrizes refletem a crescente preocupação mundial sobre os efeitos nocivos das telas na infância.
O uso prolongado de dispositivos digitais pode interferir no desenvolvimento infantil, impactando negativamente o sono, as interações sociais e até a saúde mental. A seguir, detalhamos essas recomendações e os motivos por trás delas.
Por que telas são perigosas para crianças menores de 2 anos?
De acordo com as novas recomendações, crianças menores de dois anos não devem ser expostas a telas, incluindo televisores, tablets e celulares.
Isso se deve ao fato de que, nessa fase de desenvolvimento, o cérebro infantil está em uma fase crítica de aprendizado, e o uso de telas pode atrasar habilidades importantes como a fala e a socialização.
Além disso, especialistas apontam que a exposição precoce às telas pode criar uma dependência digital, afetando o comportamento das crianças.
Segundo Luci Pfeiffer, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a tecnologia “invade” a infância e pode prejudicar o desenvolvimento saudável da criança.
Limites de tempo de tela para crianças de outras idades
As recomendações da Suécia não se restringem apenas aos menores de dois anos. Para crianças entre 2 e 5 anos, o tempo de tela deve ser limitado a, no máximo, uma hora por dia.
Essa fase é essencial para a aprendizagem ativa e o desenvolvimento de habilidades motoras e cognitivas, e o excesso de tempo em frente às telas pode prejudicar tais processos.
Para as crianças de 6 a 12 anos, o tempo recomendado é de uma a duas horas diárias. Já os adolescentes, de 13 a 18 anos, devem limitar o uso de dispositivos a, no máximo, três horas por dia.
Porém, os jovens suecos costumam passar até seis horas e meia diárias conectados, o que é motivo de grande preocupação.
Telas podem prejudicar desenvolvimento infantil – Imagem: reprodução
Os riscos à saúde
Um dos principais riscos do uso excessivo de telas é a interrupção do sono. A luz azul emitida pelos dispositivos digitais afeta o ciclo circadiano, dificultando a capacidade de adormecer.
Segundo a autoridade sueca, essa “crise do sono” já afeta mais da metade dos jovens de 15 anos, que não conseguem descansar o suficiente.
Além dos problemas de sono, a exposição prolongada às telas também pode prejudicar a visão e desencadear problemas emocionais como insatisfação corporal e depressão.
O isolamento social causado pelo excesso de tempo em frente a dispositivos também é uma preocupação crescente, já que as telas podem desfavorecer o diálogo e incentivar comportamentos violentos.
Uma tendência virtuosa
A Suécia não é o único país a adotar medidas para regular o uso de telas entre crianças e adolescentes, mas é um dos primeiros a estabelecer diretrizes tão claras.
Com essas novas recomendações, o país espera proteger o desenvolvimento das futuras gerações, minimizando os impactos negativos da tecnologia em sua infância.
De qualquer forma, é essencial que os pais sigam essas orientações, limitando o tempo de tela de seus filhos e incentivando atividades ao ar livre e interações sociais.
Assim, é possível garantir que a tecnologia não roube momentos preciosos do desenvolvimento infantil.
* Com informações do SBT News.
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