Tabela periódica está prestes a mudar após descoberta INÉDITA

Cientistas avançam na criação do elemento 120, utilizando feixes de titânio para sintetizar novos elementos superpesados.

A ciência está prestes a adicionar um novo capítulo à tabela periódica com a iminente descoberta do elemento 120. Esse avanço significativo foi impulsionado por uma inovação metodológica desenvolvida por cientistas do Berkeley Lab.

Tradicionalmente, a síntese de novos elementos superpesados envolvia o uso de um feixe de cálcio. No entanto, os pesquisadores decidiram alterar essa abordagem ao substituir o cálcio por titânio, resultando em uma descoberta revolucionária.

O experimento envolvendo a tabela periódica

Os cientistas do Berkeley Lab utilizaram um feixe de titânio-50, um isótopo raro que compõe aproximadamente 5% do titânio natural na Terra.

Tal isótopo foi aquecido a quase 3 mil °F (cerca de 1648,8 ºC), transformando-o em plasma. O plasma foi então manipulado em um feixe e disparado contra um alvo de plutônio para produzir o elemento 116, conhecido como Livermório.

Em 22 dias de operação, a equipe conseguiu criar dois átomos de Livermório, provando a eficácia do método. Reiner Kruecken, líder do projeto no Berkeley Lab afirma:

“Essa conquista demonstra a viabilidade do uso de titânio na síntese de elementos superpesados, algo que nunca havia sido tentado com sucesso antes.”

A tabela periódica e os elementos superpesados

A tabela periódica organiza os elementos com base em seu número atômico, que corresponde ao número de prótons em seu núcleo.

Os primeiros 94 elementos são encontrados na natureza, enquanto elementos mais pesados são sintetizados em laboratório.

Os elementos de número atômico 112 a 118 foram criados disparando feixes de cálcio em alvos de elementos pesados.

O elemento 120

O sucesso na produção do elemento 116 com um feixe de titânio abre caminho para a tentativa de sintetizar o elemento 120. Esse seria o átomo mais pesado já criado, localizado na oitava linha da tabela periódica.

O processo para criar o elemento 120 será mais demorado, devido à raridade e instabilidade dos elementos envolvidos.

Jennifer Pore, pesquisadora do Grupo de Elementos Pesados do Berkeley Lab, explica a descoberta do elemento 120:

“Estamos no limiar de uma nova era na física nuclear. A criação do elemento 120 não é apenas um avanço numérico, mas uma potencial entrada na ilha de estabilidade, onde elementos superpesados podem ter meias-vidas mais longas e serem mais estáveis.”

Nova tabela periódica com a adição do elemento 120 – Imagem: Marilyn Sargent/Laboratório Berkeley/Reprodução

O impacto da descoberta

A descoberta do elemento 120 poderia confirmar a teoria da ilha de estabilidade, que sugere que certos isótopos de elementos superpesados podem ter meias-vidas significativamente mais longas, tornando-os mais estáveis e úteis para aplicações práticas.

Essa estabilidade pode levar a inovações tecnológicas e materiais novos, impactando diversas áreas da ciência e tecnologia. Kruecken destaca:

“A ilha de estabilidade é um conceito fascinante. Se conseguirmos sintetizar o elemento 120, não só expandiremos a tabela periódica, mas também poderemos explorar propriedades químicas e físicas completamente novas, potencialmente revolucionando várias indústrias.”

Desafios e o futuro

A tentativa de sintetizar o elemento 120 envolverá disparar feixes de titânio em um alvo de califórnio.

Espera-se que o processo seja aproximadamente dez vezes mais demorado que a produção do elemento 116. Jennifer Pore ressalta a complexidade do processo:

“Quando tentamos fazer esses elementos incrivelmente raros, estamos no limite absoluto do conhecimento e da compreensão humana. Não há garantia de que a física funcione da maneira que esperamos, mas criar o elemento 116 com titânio valida que esse método de produção funcione. Agora podemos planejar nossa busca pelo elemento 120.”

*Com informações de Olhar Digital e CNN.

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