Tecnologia da Unicamp promete revolucionar o tratamento da obesidade severa; entenda

O projeto foi iniciado em 2015 e já está com patente em mãos para tratamentos clínicos a longo prazo.

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) deu um passo importante na busca por alternativas menos invasivas no tratamento da obesidade severa.

Pesquisadores da instituição desenvolveram um dispositivo eletroestimulador que tem o potencial de controlar o apetite e os hábitos alimentares de pessoas com obesidade grave, proporcionando uma sensação de saciedade.

O tratamento revolucionário

O dispositivo eletroestimulador foi projetado para induzir o organismo a produzir hormônios responsáveis pela sensação de saciedade, auxiliando no controle do apetite.

A pesquisa, que já está em andamento, tem como objetivo final a implementação do dispositivo por meio de videolaparoscopia. Essa é uma técnica cirúrgica minimamente invasiva que utiliza uma endocâmera no abdômen.

(Imagem: OCRC/reprodução)

A obesidade severa é um sério problema de saúde e pode levar a várias comorbidades associadas, tornando o tratamento essencial.

Atualmente, uma das principais opções para pacientes com obesidade grave é a cirurgia bariátrica, que é eficaz, mas pode apresentar desafios relacionados ao reganho de peso a longo prazo.

A pesquisa é liderada pela pesquisadora Raquel Franco Leal, do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, em colaboração com a empresa InPulse, de Florianópolis (SC), que desenvolveu o modelo do eletroestimulador.

O projeto começou em 2015 e passou por uma fase pré-clínica, envolvendo testes em grupos de porcos, nos quais foram implantados com o dispositivo. A resposta positiva dos estudos resultou na obtenção da patente.

Na primeira etapa dos estudos, o eletroestimulador foi implantado em dois grupos de porcos por meio de laparotomia, uma cirurgia abdominal. Um grupo manteve o dispositivo ligado, enquanto o outro o deixou desligado.

Um terceiro grupo de porcos não passou por nenhuma intervenção e foi usado como controle. Os resultados foram promissores, pois os animais que receberam o dispositivo não ganharam peso conforme o esperado.

A próxima fase da pesquisa envolverá uma nova rodada de estudos, que deverá durar pelo menos dois anos. Nessa etapa, o foco será entender como o dispositivo age no organismo e se a produção hormonal está associada à redução de peso.

Os pesquisadores também planejam realizar modificações no dispositivo, visando aumentar a durabilidade da bateria do gerador e facilitar o monitoramento.

Além disso, a pesquisa será direcionada para pacientes adultos com obesidade, visto que a obesidade é mais prevalente nesse grupo. Essa mudança permitirá que os resultados sejam mais representativos das condições em humanos.

O desenvolvimento desse dispositivo eletroestimulador representa um avanço significativo no tratamento da obesidade severa, oferecendo uma alternativa menos invasiva à cirurgia bariátrica.

Com o apoio da Unicamp e da InPulse, a pesquisa promete trazer esperança para pacientes que lutam contra a obesidade grave e suas complicações.

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