Telescópio James estabelece novo recorde ao encontrar o buraco negro mais antigo

Através do Telescópio Espacial James Webb, a NASA alcança um marco ao descobrir o buraco negro mais antigo já registrado.

O Telescópio Espacial James Webb, em um feito notável, descobriu o buraco negro mais antigo já detectado, superando um recorde que ele mesmo havia estabelecido.

Este buraco negro, com mais de 13 bilhões de anos, data de aproximadamente 430 milhões de anos após o Big Bang, indicando sua existência na infância do universo. Surpreendentemente, é 40 milhões de anos mais velho do que o buraco negro anteriormente descoberto por Webb.

Este achado está causando perplexidade entre os cientistas, principalmente devido ao tamanho colossal do buraco negro, que possui alguns milhões de vezes a massa do Sol. Essa grandeza contradiz as teorias atuais, que sugerem que seria necessário cerca de um bilhão de anos para um buraco negro atingir tal magnitude. Entretanto, este específico parece ter experimentado um crescimento acelerado em menos de 400 milhões de anos. Um artigo detalhando a descoberta foi publicado na revista “Nature“.

Ilustração em 3D de como seria um Buraco Negro. Imagem: Shutterstock.

A questão que intriga os cientistas é como esses buracos negros antigos conseguiram ficar tão grandes em um período relativamente curto. Tradicionalmente, buracos negros se formam a partir do colapso de estrelas e crescem ao absorver material de suas galáxias. A descoberta sugere que os primeiros buracos negros possam ter consumido material cinco vezes mais rápido do que se pensava, ou talvez tenham nascido já grandes, o que levanta ainda mais perguntas sobre o universo primitivo.

Roberto Maiolino, astrofísico da Universidade de Cambridge, comparou a capacidade do James Webb de sondar o universo primitivo a um salto gigantesco na tecnologia, similar a passar do telescópio de Galileu para um telescópio moderno. Ele expressou esperanças de que futuras observações com o Webb possam encontrar “sementes” menores de buracos negros, ampliando ainda mais nossa compreensão do cosmos.

A esquerda temos o telescópio de Galileu, e à direita, um telescópio moderno. Maiolino compara esse salto tecnológico à criação do Telescópio James Webb, que é muito superior ao telescópio convencional.

A equipe de Maiolino observou que este buraco negro parece estar consumindo gás de sua galáxia a uma taxa muito mais rápida do que seus equivalentes mais recentes, gerando um “vento” ultrarrápido que poderia inibir a formação de novas estrelas. Esta observação fornece uma pista importante para entender o apetite voraz dos primeiros buracos negros.

Telescópio James Webb. Foto: Reprodução.

À medida que o Webb continua a explorar o universo distante, há a expectativa de que ele possa revelar buracos negros ainda mais antigos, aproximando-nos do início do universo e da compreensão de sua origem.

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