Tenentismo – Resumo, o que foi e consequências

Descubra o que foi este movimento sociopolítico que aconteceu no Brasil durante a República das Oligarquias.

O Tenentismo aconteceu entre os anos de 1920 e 1930. Ele é considerado um movimento social de caráter político. Recebeu este nome por conta de seus integrantes, que na maioria eram jovens tenentes do Exército Brasileiro.

O que foi o Tenentismo?

Conforme as informações mencionadas acima, foi um movimento político em que a maioria dos participantes tinham patentes militares. A partir de 1920 ele começou a se fortalecer em quartéis espalhados por todo o território brasileiro. O objetivo, afinal, era derrubar as oligarquias que estavam no poder.

Desde o primeiro governo da República, onde o presidente era o marechal Deodoro da Fonseca, os militares adquiriram certa relevância nos maiores postos de poder do país.

Tenentismo no Brasil
Tenentismo no Brasil

Entretanto, durante o período da República Velha, na chamada política do café com leite, essa importância foi drasticamente reduzida. Isso porque as oligarquias rurais de São Paulo e Minas Gerais se revezavam no poder do país, tendo como governantes, membros da elite ruralista do período.

Claramente insatisfeitos, os militares de baixa e média patente do Exército Brasileiro começaram a se movimentar com o intuito de derrubar a elite rural, composta em sua maioria por coronéis.

Como agravante da situação, o Exército passava por uma situação difícil naquele momento. A verba para suprir necessidades estruturais era escassa, além da falta de insumos básicos e salários constantemente atrasados.

Outro fator que pesou na situação daquele período, foi a expansão da urbanização, e com ela, o favorecimento de políticas republicanas liberais, além da presença de ideais comunistas e anarquistas.

Um fato muito curiosos a relacionado a este movimento, é que mesmo adotando posições autoritárias e conservadoras, os tenentistas eram favoráveis às reformas políticas e sociais, por incrível que pareça, com certa tendência as ideias anarquistas e comunistas.

O que os Tenentistas defendiam?

Entre os principais pontos defendidos, além da reconquista do poder do início da República Velha, é importante citar a defesa fim do “voto de cabresto”. Por meio dele, os eleitores eram coagidos a votar em um governante designado pelos coronéis.

Além disso, as eleições eram fraudulentas, e sempre favoráveis aos coronéis. Por isso, os Tenentistas defendiam a mudança do voto aberto para o secreto.

Outro ponto importante, é que os integrantes do movimento desejavam o direito ao voto feminino e não concordavam com a corrupção política que estava posta naquele momento, por isso, desejavam fazer algo para mudar essa realidade.

Reivindicações ligadas à reforma da educação pública brasileira também foram feitas pelo Tenentismo.

Revoltas do Tenentismo

Ainda que com pouca relevância e muita repressão por parte do governo, durante este período foram registrados alguns motins. Como exemplo, podemos citar a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, que aconteceu em julho de 1922.

O levante, ocorrido no Rio de Janeiro, ficou conhecido por este nome justamente pela quantidade de combatentes que lideraram a revolta. Eram 17 militares e um civil, que buscavam o fim das oligarquias instaladas no poder. Ela foi duramente reprimida pelas forças oficiais do governo.

Outros exemplos de revoltas, também ocorridas neste período, foram a Comuna de Manaus e a Revolta Paulista, ambas em 1924.

Tenentismo e Coluna Prestes

A Coluna Prestes é a mais relevante, e conhecida, entre todas estas. Parte importante do movimento tenentista, ela aconteceu entre os anos de 1925 e 1927, e possuía objetivos de conquistar algumas reformas, tais como a do sistema educacional, políticas e sociais.

Assim, um grupo de militares gaúchos e paulistas, liderados por Luís Carlos Prestes, saíram em marcha por diversos estados do interior brasileiro, tendo percorrido mais de 25 mil quilômetros, promovendo essas propostas e falando a respeito dos ideais do movimento tenentista.

Ela foi um dos pontos fundamentais para a Revolução de 30, que levou Getúlio Vargas ao poder, e consequentemente levou ao fim a República Velha. Entretanto, depois de dois anos e meio, ela terminou sem alcançar seus objetivos.

Fim do Tenentismo – Desfecho

Com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas chegou à presidência. Ele conseguiu enfraquecer o movimento Tenentista dividindo-o. De um lado, alguns participantes assumiram postos no governo, como interventores federais, porém, alguns integrantes insistiram em permanecer no movimento.

A maioria destes, pertenciam a Coluna Prestes, e futuramente, em 1945, seriam responsáveis pela queda de Vargas.

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