#TradWives: Conheça o movimento de esposas tradicionais e submissas aos maridos, como nos casamentos dos anos 50
O lugar de uma mulher é em casa ou tentar ser como um homem é um desperdício para uma mulher são alguns dos pensamentos do movimento #TradWives.
Você já ouviu falar ou viu a hashtag #tradwife nas redes sociais? Mas você sabe do que se trata?
Não é preciso ir muito longe. Com uma simples busca nas redes sociais escrevendo a hashtag #tradwife será possível visualizar fotografias de pratos feitos em casa e bolos lindos e apetitosos com legendas como “o lugar de uma mulher é em casa” ou “tentar ser como um homem é um desperdício para uma mulher”.
Isto é o #TradWives (esposas tradicionais, em tradução livre), um movimento constituído por mulheres que impulsionam os papéis de gênero ultratradicionais e que vem crescendo no universo da internet.
Entre as adeptas está Alena Kate Pettitt. Ela mora no Reino Unido e afirma “estar submissa ao seu marido e mimá-lo como se fosse 1959”.
A mensagem de Alena é propagada nas redes sociais e no seu blog, The Darling Academy. “Lá falo sobre etiqueta, estilo de vida feminino, tarefas domésticas e como ser uma esposa tradicional”, comenta.
Os esposos acima de tudo
Nos artigos de Alena, ela destaca que se você deseja um casamento bem realizado, deve colocar o marido em primeira opção.
“Não quero que meu marido volte para casa depois de um longo dia de trabalho e precise cozinhar para mim, porque meu papel é estar em casa, meu trabalho é essencialmente fazer tarefas domésticas”, ressalta.
A concepção de tradwife é polêmica, especialmente nos Estados Unidos, porque é congruente com a extrema-direita. Porém, muitas esposas ditas como tradicionais recusam a associação.
Para Alena, o conceito de esposa tradicional é “ser uma dona de casa que fica feliz em estar submissa ao marido”.
Além disso, ela considera que “muitas pessoas querem rotular o movimento e muitas vezes surgem nomes em que você nunca nem pensou”. “Alguém disse uma vez que esse ‘é o tipo de esposa que promoveu o Terceiro Reich’, e eu não fazia ideia disso”.
Alheia à cultura dos anos 90
Alena conta que quando ainda era estudante, durante os anos 90, não se considerava uma pessoa popular. “Não gostava da cultura da época e definitivamente me sentia uma estranha.”
Os pensamentos da época eram ‘você tem que brigar com os homens, você tem que sair de casa e ser independente, sair de sua zona de conforto’, mas eu sentia que nasci para ser esposa e mãe”, diz ela.
Ao contrário da cultura existente na época, Alena salientava se identificar com os antigos programas das décadas de 1950 e 1960.
Por ter crescido em uma casa sem pai, a sua mãe tinha que trabalhar diariamente e o lar era um “enorme fardo” para ela. “Acho que ali percebi que não queria a mesma vida”, sublinha.
“Minha vida mudou quando conheci meu marido. Ele também era muito tradicional, então se identificou com isso. Ele disse: ‘Eu sei que você quer que um homem cuide de você e faça você se sentir segura’ e se ofereceu para ser essa pessoa.”
Assim, segundo Alena, o encontro de ideais com o marido foi comparável a realização de um conto de fadas. “Eu disse a mim mesma: ‘Finalmente alguém percebe que posso finalmente ser eu mesma e não esconder o que sou.'”
Na contramão do movimento
Com apenas 20 anos de idade, Alena alega que era “a típica mulher de carreira”. “Fui morar em Londres e trabalhei muito porque a cultura da época, refletida em séries como Sex and the City, era de que isso era fantástico e libertador, que eu tinha que estar em contato com a minha sexualidade.”
No entanto, ela enxergou na contramão um movimento “quase clandestino” de mulheres que tinham a mesmo visão que a sua, e que sentiam a carência de “todos os aspectos tradicionais de ser dona de casa”.
Assim nasceu a Darling Academy. Ela descarta as críticas de feministas, nas quais mulheres como Alena estão abdicando de tudo o que foi conquistado na luta pela igualdade de gênero.
“Minha opinião sobre o feminismo é que se trata de escolhas. Se você diz que a mulher deve participar do mundo do trabalho e competir com homens, mas não pode ficar em casa, está tirando de mim essa opção”, argumenta ela.
“Acho que ser uma esposa tradicional é investir em seu marido, em sua família e inspirá-los a serem as melhores pessoas possíveis. É algo totalmente altruísta.”
“O oposto é ser alguém que é inerentemente egoísta e que apenas toma coisas dos outros.”
*Com informações de BBC News Brasil
**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Escola Educação
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