O tratado é uma tentativa audaciosa de estreitar as relações comerciais entre esses países e diminuir a influência da China na região.
A formação de Blocos Econômicos ocorre quando alguns países apresentam o interesse em aumentar suas relações comercias. Normalmente a associação surge da união de nações vizinhas que se identificam não só economicamente, mas também culturalmente. Além de uma integração econômica, esses blocos podem estimular uma maior interação social entre esses países.
Durante o período histórico conhecido como Guerra Fria, os países se alinhavam levando em consideração suas afinidades ideológicas. O mundo foi praticamente dividido em dois: Capitalista X Socialista.
A união das nações em volta desses dois blocos extrapolava o campo sociopolítico, os que aderiam ao sistema da bipolarização, deveriam seguir regras econômicas impostas pelas duas superpotências dominantes: Estados Unidos e União Soviética.
Nesse contexto, surge em 1956 o que viria a ser o primeiro bloco econômico registrado na história: o CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço). Esse grupo foi formado pela Bélgica, Alemanha Ocidental, Holanda, Itália, Luxemburgo e França. Com o fim da Guerra Fria, novos blocos econômicos foram sendo criados. Conheça abaixo alguns desses blocos.
UNIÃO EUROPEIA
Criado em 1992 o União Europeia é formado pelos seguintes países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos (Holanda), Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia e Suécia.
Os integrantes desse grupo compartilham uma mesma moeda: o Euro e um sistema financeiro e bancário semelhante. No campo social, os cidadãos desses países podem circular livremente entre eles.
MERCOSUL
Oficializado em 1991, o MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) é formado pelos seguintes países da América do Sul: Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina e Venezuela. Cogita-se futuramente a entrada de novos integrantes: Chile e Bolívia.
Entre os objetivos desse grupo pode-se destacar a tentativa de romper as barreiras comerciais entre eles, eliminar as tarifas alfandegárias e propõe-se também a exemplo da União Europeia, a criação de uma moeda única.
NAFTA
A NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio) entrou em vigor no ano de 1994. É integrado pelos três países da América do Norte: Estados Unidos, México e Canadá. Apesar de não representar uma zona de livre comércio, o tratado buscou a redução das tarifas alfandegárias e a proteção comercial através da padronização de leis financeiras.
Em uma economia cada vez mais globalizada, faz se necessário uma maior integração entre os países formadores dos blocos econômicos, como medida protetiva de suas relações comerciais em uma escala internacional.
Desde o surgimento das primeiras civilizações na idade antiga, um dos principais objetivos das grandes nações é o de dominar um maior número de territórios para uma melhor expansão do seu mercado consumidor.
Isso veio a ganhar um grande impulso durante a Revolução Industrial promovida pela Inglaterra. Um país que não adere a algum bloco econômico pode estar condenado ao isolamento comercial.
Entre todos os Blocos Econômicos da atualidade, nada se compara a um acordo que ao que tudo indica está prestes a entre em vigor: o Tratado Transpacífico de Comércio Livre (TPP, sigla em inglês).
Formado por doze países: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura, Estados Unidos e Vietnã, o acordo vem sendo discutido por mais de cinco anos, e pode representar a criação do maior Bloco Econômico da história mundial.
O TPP é uma audaciosa tentativa de integrar economicamente diversos países do Oceano Pacifico e criar entre eles uma zona de livre comércio. O acordo integrará regiões da Ásia e da América, para entrar em funcionamento ele depende da aprovação do Congresso de cada país participante.Se aprovado, ele pode alterar toda a economia global e representar uma das maiores conquistas do governo do presidente norte-americano Barack Obama.
Desde a declaração de sua independência em 1776, os Estados Unidos se lançaram em uma verdadeira corrida pela hegemonia mundial. Essa tentativa desenfreada de expandir os seus domínios, fez da nação norte-americana a maior potência mundial desde o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
No entanto, sua soberania vem sendo ameaçada pelo crescimento econômico e aumento da influencia de países integrantes da União Europeia além do Japão, Rússia e China. Desde a década de 1970 quando passou por uma reforma econômica baseada no modelo capitalista, a China se tornou o segundo maior exportador e o terceiro maior importador de mercadorias do planeta.
Apesar de atualmente as exportações chinesas apresentarem uma queda significativa, a China emergiu desde a década de 1990, como o centro de expansão econômica e comercial mais dinâmico do mundo.
Essa novo modelo econômico imposto na China, proporcionou uma relação mais aberta com outros países, o que facilitou o escoamento de seus produtos nos mercados das nações ocidentais.
Os Estados Unidos ainda exercem uma grande influência política, cultural e militar, mas deixaram de ser a única referencia econômica. Agora eles precisar disputar mercados como europeus e chineses.
Esse crescimento da influência chinesa e da entrada desenfreada de seus produtos em todo território mundial, é uma das razões que motivaram o estabelecimento do novo tratado conhecido como Transpacífico.
A adesão dos Estados Unidos a TPP representa também, uma tentativa de conter a influência chinesa na economia mundial. Desde a década de 1990 as mercadorias norte-americanas vêm disputando espaço com produtos produzidos made in China. Esse Tratado pode motivar outros blocos econômicos a se alinharem a fim de proteger suas economias.
Outros Blocos Econômicos criticaram duramente o TPP, segundo eles, a vigência desse acordo pode prejudicar as economias regionais e afetar os interesses de multinacionais e de grupos ligados ao agronegócio.
O presidente Barack Obama confirmou no dia cinco de outubro de 2015 a assinatura do Tratado Transpacífico de Comércio Livre. Além de depender da aprovação do Congresso para entrar em vigor, o acordo precisa ainda ajustar as regras de eliminação de tarifas de comercialização de bens e serviços.
Alguns integrantes como o Japão e os Estados Unidos, ainda apresentam resistências quanto à eliminação das tarifas de alguns produtos, o que pode representar uma barreira na formalização do maior Bloco Econômico do mundo.
Lorena Castro Alves
Graduada em História e Pedagogia
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