Uber testa serviço que pode ameaçar o trabalho dos motoboys no Brasil

Em fase de testes em algumas cidades dos Estados Unidos, veículos autônomos realizam entregas de alimentos.

Uma das grandes facilidades trazidas pelo avanço da tecnologia é a possibilidade de receber produtos em casa após alguns meros cliques no celular. Os serviços de entrega se tornaram uma verdadeira febre no mundo todo, especialmente no ramo alimentício.

Segundo dados da consultoria Kantar, o índice de consumidores brasileiros que pediam delivery uma vez na semana ou mais era de 28% neste ano de 2022. Por aqui, 42% acionam a entrega de refeições por conveniência e 58% por prazer.

De olho nesse crescente e bilionário mercado, a Uber Eats iniciou em abril os testes com uma nova modalidade de entrega de alimentos, desta vez usando carros autônomos. Os veículos dispensam a presença de um condutor humano e se deslocam rapidamente pelas ruas até a casa do comprador.

Novo serviço de entrega de alimentos

Essa “ameaça” aos motoboys, que têm entre suas principais funções a transferência dos pedidos do restaurante até o local de preferência do consumidor, pode transformar completamente o segmento de delivery. A novidade está em operação em cidades do Arizona, nos Estados Unidos, como Tempe, Mesa e Chandler. O serviço é realizado em parceria com a empresa Waymo, especializada em veículos autônomos.

Até o momento, o sistema que dispensa profissionais humanos foi implementado em restaurantes como Princess Pita, Filiberto’s e BoSa Donuts. A escolha dos estabelecimentos é baseada na localização e em sua área de entrega, já que os veículos autônomos da Waymo não podem circular em qualquer região.

A princípio, as entregas por carros autônomos são realizadas aleatoriamente, sem a opção de seleção pelo usuário. Os escolhidos para receber os produtos dessa forma recebem uma notificação pelo aplicativo e precisam se deslocar até o carro para retirar a comida. A abertura do porta-malas do veículo também é feita pelo celular.

Para evitar confusões, apenas um pedido será entregue por vez durante a fase de testes do novo modelo. Porém, a Uber Eats estuda a possibilidade de aprimorar o serviço para permitir viagens compartilhadas e otimizar o delivery.

Risco para os entregadores humanos?

Segundo a empresa, a novidade não significa, necessariamente, um risco ao trabalho de entregadores humanos. Ela afirma que o projeto tem como foco complementar o serviço de entrega, e não substituir os motoboys.

“Os entregadores são essenciais para o nosso negócio, tanto para viagens compartilhadas quanto para entregas”, disse Noah Zych, chefe global de mobilidade autônoma e entrega da Uber. Ele declarou ainda que não há intenção de automatizar o trabalho dos profissionais.

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