Um buraco negro, que nunca foi identificado, pode estar orbitando a galáxia

Novos dados do Hubble indicam que um buraco negro jamais registrado pode estar orbitando a nossa galáxia neste exato momento.

O Telescópio Espacial Hubble pode ter feito uma descoberta significativa ao identificar um possível buraco negro de massa intermediária, conhecido como “elo perdido”, no núcleo do aglomerado estelar Messier 4, localizado a aproximadamente 6.000 anos-luz da Terra.

Este candidato a buraco negro possui uma massa equivalente a 800 vezes a massa solar e está situado em uma região altamente densa do espaço.

Os pesquisadores responsáveis por essa detecção descrevem o fenômeno como uma colmeia, onde as estrelas próximas orbitam o buraco negro de maneira semelhante a abelhas enxameando ao redor de sua colmeia.

Foto: ESA/Hubble & NASA.

De acordo com o astrofísico Eduardo Vitral, principal autor do estudo realizado no Space Telescope Science Institute em Maryland, o buraco negro de massa intermediária encontrado no aglomerado estelar Messier 4 é menor do que o esperado, o que torna difícil explicar sua origem.

O especialista sugere que pode haver um mecanismo estelar desconhecido atualmente ou que ainda não está dentro dos limites da física atual. Essa descoberta desafia as teorias existentes e destaca a necessidade de uma compreensão mais completa dos fenômenos cósmicos.

A descoberta de um buraco negro

Os buracos negros têm origem a partir do colapso de estrelas gigantes e crescem ao se alimentarem de matéria como gás, poeira, estrelas e até mesmo outros buracos negros.

Atualmente, os buracos negros conhecidos podem ser classificados em duas categorias principais: os buracos negros de massa estelar, que possuem uma massa que varia de algumas vezes a massa do Sol até algumas dezenas de vezes a massa solar; e os buracos negros supermassivos, que são verdadeiros gigantes cósmicos, podendo ter uma massa que varia de alguns milhões até 50 bilhões de vezes a massa do Sol.

A região descoberta pelos pesquisadores revelou uma densidade maior do que o previsto se sua gravidade intensa fosse originada por outros corpos estelares densos, como estrelas de nêutrons ou anãs brancas.

Seria necessário o agrupamento de 40 buracos negros de massa estelar em um espaço com apenas um décimo do diâmetro de um ano-luz para explicar a órbita das estrelas ao redor dessa região de forma tão intensa.

A fim de confirmar a detecção do buraco negro de massa intermediária e descartar a possibilidade de terem acidentalmente descoberto alguma nova física, os pesquisadores afirmaram que são necessárias mais observações.

Planeja-se realizar futuras investigações, possivelmente utilizando o Telescópio Espacial James Webb em conjunto com o Hubble, a fim de obter mais dados e obter uma compreensão mais clara desse fenômeno cósmico intrigante.

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